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Ataque hacker paralisa Jaguar Land Rover por quase um mês no Reino Unido

Ataque hacker paralisa Jaguar Land Rover por quase um mês no Reino Unido

Parada de produção custa o equivalente a R$ 370 milhões por semana à maior montadora britânica e coloca em risco milhares de empregos em toda a cadeia de suprimentos.

A Jaguar Land Rover (JLR), maior montadora de automóveis do Reino Unido e um ícone da indústria de luxo, anunciou que estenderá a paralisação de suas fábricas até 1º de outubro, completando quase um mês de inatividade total. A causa é um ataque cibernético devastador ocorrido no início de setembro, que paralisou as operações e expôs a extrema vulnerabilidade das grandes corporações a ameaças digitais. O prejuízo semanal é estimado em 50 milhões de libras, o equivalente a mais de R$ 370 milhões.

A crise na gigante britânica, de propriedade da indiana Tata Motors, vai muito além dos portões de suas três principais fábricas. Com uma produção diária de cerca de 1.000 carros interrompida e 33.000 funcionários orientados a ficar em casa, o incidente gerou um efeito dominó em toda a economia. Pequenos e médios fornecedores estão em situação crítica, e a parada já impacta negativamente o setor manufatureiro do Reino Unido como um todo, segundo dados da S&P Global. Para agravar o cenário, fontes do mercado informaram que a empresa aparentemente não possuía um seguro específico para cobrir os danos do ataque.

Diante da gravidade da situação, o governo britânico interveio diretamente. Ministros visitaram a sede da JLR na terça-feira (23) para discutir com a diretoria os impactos da crise e formas de acelerar a retomada. “Temos duas prioridades: ajudar a Jaguar Land Rover a voltar a operar o mais rápido possível e garantir a saúde a longo prazo da cadeia de suprimentos”, afirmou o ministro da Indústria, Chris McDonald. A ação do Estado visa evitar o colapso de um setor estratégico e a perda de milhares de empregos.

O ataque à JLR não é um caso isolado, mas sim o mais recente capítulo de uma onda global de crimes cibernéticos cada vez mais sofisticados. No último fim de semana, um ataque de ransomware a uma empresa de check-in aéreo causou o caos em grandes aeroportos europeus. Empresas britânicas renomadas, como a Marks & Spencer, também foram vítimas recentes. O episódio serve como um alerta severo sobre a fragilidade da infraestrutura digital que sustenta a economia moderna.

A crise na Jaguar Land Rover é uma lição para o mundo, incluindo o Brasil. Ela demonstra que a segurança industrial no século XXI não se resume a proteger fábricas físicas, mas sim a blindar complexos sistemas digitais. Um único ataque hacker pode causar um estrago equivalente a uma crise econômica, levantando questões críticas sobre a preparação das empresas e o papel indispensável do Estado na proteção de setores estratégicos contra ameaças que não conhecem fronteiras.

Traduzido e adaptado da Reuters

Redação do Movimento PB [NMG-OGO-24092025-A3B9C1-15P]


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