Rodrigo Nogueira, fundador da Maritaca AI, participaria de conferência na Universidade Harvard, mas teve seu visto recusado. Ele acredita que a decisão está ligada à sua área de atuação e às crescentes tensões em torno da inteligência artificial.
Negação do visto e possível motivação
Rodrigo Nogueira, especialista em inteligência artificial e fundador da startup Maritaca AI, afirmou ter tido seu visto negado pelo consulado dos EUA em São Paulo. O pesquisador daria uma palestra na Universidade Harvard em 18 de abril, mas, diante da recusa, precisará participar remotamente.
Em seu perfil no LinkedIn, Nogueira relatou que os agentes consulares demonstraram grande interesse por sua pesquisa e pediram materiais adicionais, como sua tese de doutorado e artigos publicados. O consulado também questionou uma viagem que ele realizou a Taiwan há dois anos, onde apresentou um artigo e ministrou uma palestra em uma conferência.
“Depois de duas semanas enviando documentos e explicações, recebi a resposta de que o visto foi negado”, escreveu o pesquisador.
Nogueira destacou que já morou nos EUA por seis anos e estava acostumado com o processo de renovação de vistos. Segundo ele, nunca havia enfrentado problemas anteriores e estava bem preparado para a entrevista.
Caso semelhante com pesquisador francês
A situação de Rodrigo Nogueira não é isolada. Segundo o jornal francês Le Monde, um pesquisador especializado em espaço também teve sua entrada nos EUA barrada recentemente. Ele participaria de uma conferência em Houston, no Texas, mas foi acusado de propagar “mensagens de ódio e conspiratórias” por meio de publicações críticas ao presidente Donald Trump.
O ministro francês de Ensino Superior e Pesquisa, Philippe Baptiste, manifestou preocupação com o episódio, afirmando que a decisão foi tomada com base em conversas privadas do pesquisador registradas em seu telefone.
Posição do consulado americano
Até a publicação deste texto, o consulado dos EUA em São Paulo não havia se manifestado sobre o caso.
