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Caos aéreo na Europa: Ataque cibernético paralisa grandes aeroportos e expõe a fragilidade do sistema aéreo global

Caos aéreo na Europa: Ataque cibernético paralisa grandes aeroportos e expõe a fragilidade do sistema aéreo global

Sistemas de check-in e despacho de bagagem de um dos maiores fornecedores do mundo são derrubados, forçando operações manuais e deixando milhares de passageiros em terra em Londres, Bruxelas e Berlim.

A promessa de um fim de semana de viagens tranquilas se transformou em um pesadelo para milhares de passageiros na Europa neste sábado (20). Um ataque cibernético em larga escala atingiu um dos principais fornecedores de tecnologia para a aviação mundial, a Collins Aerospace, causando uma interrupção massiva nos sistemas de check-in e embarque de vários dos aeroportos mais movimentados do continente. O ataque resultou em um efeito cascata de atrasos, cancelamentos e cenas de caos, expondo a vulnerabilidade de uma infraestrutura global que depende criticamente da tecnologia.

Aeroportos gigantescos como o Heathrow, em Londres – o mais movimentado da Europa –, além dos terminais de Bruxelas e Berlim, foram diretamente afetados. Os painéis de voos se tornaram inúteis, os sistemas automatizados de despacho de bagagem pararam de funcionar e as companhias aéreas foram forçadas a retornar a um método quase esquecido: o check-in manual. O incidente, que começou na noite de sexta-feira, teve um “grande impacto na programação dos voos”, segundo o Aeroporto de Bruxelas, que confirmou cancelamentos e atrasos médios de uma hora para todas as partidas.

A RTX, empresa controladora da Collins Aerospace, confirmou ter sofrido uma “interrupção relacionada à segurança cibernética” em seu software. O impacto, segundo a empresa, limitou-se ao check-in eletrônico e ao despacho de bagagem. No entanto, para os passageiros em terra, o efeito foi total. Relatos de dentro dos aeroportos descrevem um cenário de “caos enorme e bastante frustrante”, com viajantes deixados no escuro, sem informações claras, e enfrentando longas filas para tentar embarcar manualmente. “Acho inexplicável que, com a tecnologia de hoje, não haja como se defender de algo assim”, desabafou um passageiro em Berlim à agência Reuters.

O ataque cibernético na Europa serve como um alerta ensurdecedor para o resto do mundo, incluindo o Brasil. A extrema dependência de sistemas centralizados, fornecidos por poucas grandes empresas de tecnologia, cria um ponto único de falha com potencial catastrófico. O episódio nos força a questionar: nossos aeroportos, incluindo os que servem a Paraíba e o Nordeste, estão preparados para um evento semelhante? Qual é o nosso plano de contingência quando a tecnologia que sustenta toda a operação simplesmente “desliga”?

A interrupção na Europa não é apenas um problema técnico; é uma questão de soberania e segurança nacional. O incidente prova que a nova fronteira dos conflitos globais é digital, e a infraestrutura crítica, como o transporte aéreo, é um alvo primário. O caos em Heathrow não é um evento distante, mas um vislumbre do futuro que nos aguarda se não tratarmos a cibersegurança com a seriedade e o investimento que ela exige urgentemente. A imagem de aviões em solo por causa de um código malicioso é a mais poderosa metáfora para a fragilidade da nossa era conectada.

Redação do Movimento PB [NMG-OGO-20092025-S8T1U6-13P]


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