Cervejaria japonesa e gigantes globais sofrem ataques hackers: riscos crescem para a indústria
A Asahi Group Holdings, uma das maiores fabricantes de cerveja e bebidas do mundo, precisou interromper sua produção no Japão após um ataque hacker. A empresa informou que ainda não conseguiu retomar as atividades em suas fábricas domésticas e não prevê prazo para a normalização da operação.
Impacto no setor de bebidas
Com cerca de 30 fábricas no Japão, responsáveis pela produção de cervejas, bebidas e alimentos, a companhia japonesa suspendeu processos essenciais: desde o recebimento e processamento de pedidos até as remessas e atendimentos em call centers. A paralisação evidencia como ataques cibernéticos atingem diretamente a cadeia de produção e distribuição global.
Automotivo também foi alvo
No início de setembro, a Jaguar Land Rover, maior montadora de automóveis do Reino Unido, também sofreu uma invasão em seus sistemas. O ataque paralisou suas três fábricas, que juntas produzem cerca de 1.000 veículos por dia. O prejuízo estimado foi de 50 milhões de libras (R$ 362 milhões) por semana, além de forçar milhares de funcionários a ficarem em casa.
A montadora estava próxima de fechar um acordo de seguro contra ataques cibernéticos, mas segundo fontes de mercado, o contrato não foi finalizado a tempo. O episódio levou o governo britânico a mobilizar ministros da Indústria e Negócios para avaliar impactos na cadeia de suprimentos e possíveis medidas de apoio.
Governos em alerta
Autoridades britânicas reforçaram que pretendem endurecer políticas contra pagamentos de resgates em casos de ataques, sobretudo para órgãos públicos e empresas que operam infraestrutura crítica. A preocupação não é apenas com a retomada das operações, mas com a segurança da cadeia de suprimentos e a preservação de empregos diante da escalada de incidentes.
Especialistas alertam para ataques mais ousados
De acordo com analistas, os grupos de hackers estão mirando cada vez mais em empresas de grande relevância, apostando em alvos estratégicos para exigir valores mais altos de resgate e consolidar sua reputação em fóruns clandestinos. No Reino Unido, cerca de quatro em cada dez empresas relataram algum tipo de violação em apenas um ano.
Casos no Brasil
No Brasil, a empresa de tecnologia Sinqia, controlada pela caribenha Evertec, foi vítima de um golpe envolvendo seu sistema de Pix. Hackers desviaram aproximadamente R$ 710 milhões em transações B2B não autorizadas, impactando duas instituições financeiras clientes. Parte do valor foi recuperada, mas a companhia informou que os “esforços adicionais de recuperação” ainda estão em andamento.
As investigações apontam que os criminosos exploraram credenciais legítimas de fornecedores de TI para inserir as operações fraudulentas. A Sinqia afirmou que os acessos comprometidos já foram bloqueados.
Ameaça crescente
Os casos recentes mostram que nenhuma indústria está imune. Seja em bebidas, automóveis ou tecnologia financeira, os ataques cibernéticos estão se tornando mais sofisticados e capazes de causar prejuízos bilionários, afetando cadeias globais e colocando governos e corporações em estado de alerta.
Da redação com informações de infomoney.
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