Ataque hacker ao sistema financeiro: polícia prende primeiro suspeito em SP
A prisão e a operação policial
A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na manhã desta sexta-feira (4), o primeiro suspeito de envolvimento no mega-ataque hacker que desviou centenas de milhões de reais de instituições financeiras no início da semana. A prisão ocorreu na capital paulista e é o primeiro resultado concreto da “Operação Conexão Segura”, que investiga o que pode ser o maior roubo da história do Brasil.
A identidade do suspeito não foi revelada para não atrapalhar o andamento das investigações. Segundo a polícia, ele seria uma peça importante na engrenagem da organização criminosa, e sua captura pode levar à identificação de outros membros do grupo, incluindo os mentores do ataque cibernético.
Qual o papel do suspeito no esquema?
Fontes da polícia indicam que o homem preso não seria um dos hackers que invadiram os sistemas, mas sim um especialista na lavagem do dinheiro obtido no crime. A função dele no esquema seria recrutar “laranjas” e criar uma rede de contas bancárias para receber e pulverizar os valores desviados, dificultando o rastreamento pelas autoridades.
Em sua posse, os policiais apreenderam computadores, celulares e documentos que serão periciados em busca de mais informações sobre a operação do grupo. A investigação busca agora entender como a organização criminosa conseguia movimentar valores tão altos sem despertar alertas imediatos nos sistemas de segurança dos bancos.
Relembre o mega-ataque ao sistema financeiro
O caso veio à tona no início desta semana, quando a empresa de tecnologia C&M Software, que presta serviços para diversas fintechs e bancos, confirmou ter sido vítima de uma invasão. Os criminosos exploraram uma vulnerabilidade e usaram credenciais de clientes para realizar transferências fraudulentas. As estimativas do valor desviado variam de R$ 400 milhões a R$ 1 bilhão.
O ataque forçou o Banco Central a determinar o desligamento da C&M do Sistema de Pagamentos Brasileiro, o que causou uma interrupção temporária do serviço de Pix para os clientes das instituições afetadas, como o Banco Paulista e a Credsystem.
A investigação continua em todo o país
A prisão do suspeito em São Paulo é um avanço significativo, mas a investigação está longe de terminar. A Polícia Federal e as Polícias Civis de vários estados trabalham em conjunto para desarticular toda a organização criminosa. Acredita-se que o grupo seja altamente especializado, com membros atuando em diferentes frentes: a invasão dos sistemas, a movimentação financeira e a lavagem do dinheiro.
A operação busca não apenas punir os responsáveis, mas também recuperar parte do dinheiro desviado e entender as falhas de segurança que permitiram um ataque de tamanha magnitude. O caso serve de alerta máximo para a necessidade de reforçar a segurança cibernética em toda a infraestrutura financeira do país.
Redação com informações de G1