GSI e BID Articulam Linha de Crédito de US$ 100 Milhões para Cibersegurança de PMEs
O Brasil pode estar à beira de um avanço significativo na proteção digital de suas pequenas e médias empresas (PMEs). O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) está em negociação com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para garantir uma linha de crédito de US$ 100 milhões para fortalecer a cibersegurança do setor. No entanto, a viabilidade do projeto depende de um fator crucial: a comprovação de interesse de, no mínimo, 10 mil PMEs. Esta iniciativa surge como uma resposta direta à nova Estratégia Nacional de Cibersegurança (E-Ciber), que coloca as PMEs, historicamente vulneráveis, no centro das políticas de proteção digital.
De acordo com André Luiz Bandeira Molina, secretário de Segurança da Informação e Cibernética do GSI, o objetivo é equipar as pequenas empresas com os recursos necessários para se protegerem. A linha de crédito permitirá a contratação de consultorias, serviços de resposta a incidentes e adequação a padrões de segurança exigidos por parceiros maiores. Essa articulação conta com o apoio de entidades como Fiesp, Fecomércio e Sebrae, que terão um papel fundamental em mapear a demanda e mobilizar as empresas. A E-Ciber prioriza a proteção dos grupos mais vulneráveis, como PMEs e crianças, e busca fortalecer a capacidade nacional em tecnologias emergentes.
De Estratégia a Ação: O Plano Nacional e o Marco Legal
A E-Ciber é a base para a criação do Plano Nacional de Cibersegurança, que detalha os eixos da estratégia em ações concretas. Entre as propostas, destaca-se o estímulo à formação de ISACs (Centros de Compartilhamento e Análise de Informações), que funcionarão como hubs de cooperação entre empresas para o compartilhamento de alertas sobre ameaças. A ideia é criar uma rede de resiliência setorial, onde as informações sobre riscos e vulnerabilidades circulam rapidamente, aumentando a capacidade de resposta do mercado como um todo.
Paralelamente, o GSI está focado na elaboração de um marco legal para a segurança cibernética, que prevê a criação de um órgão central, como a Agência Nacional de Cibersegurança (ANCiber). Embora a ideia de uma agência reguladora enfrente desafios orçamentários, o projeto de lei também sugere alternativas, como a coordenação de agências existentes ou a criação de uma secretaria dedicada. A proposta está em análise na Casa Civil e será discutida em uma reunião do Comitê Nacional de Cibersegurança em outubro, marcando um passo decisivo para a definição da estrutura que governará a cibersegurança no país.
“Queremos criar condições para que uma pequena empresa, ao ser exigida por um parceiro maior a ter determinado padrão de segurança, possa se adequar. Ou, ainda, que tenha onde recorrer rapidamente caso sofra um ataque.”
A linha de crédito do BID e a nova E-Ciber representam um movimento estratégico do Brasil para fortalecer a segurança de sua economia digital. Ao focar nas PMEs, o governo reconhece que a proteção do setor é essencial para a resiliência nacional e para a competitividade das cadeias de valor. Este é um passo crucial para transformar o país em um ambiente mais seguro e preparado para os desafios do futuro digital, garantindo que o desenvolvimento tecnológico seja acompanhado de uma sólida infraestrutura de proteção.
Da redação com informações do Convergência Digital
Redação do Movimento PB [GME-GOO-11082025-0012-25F]