A expansão do 5G Standalone (5G SA) no Brasil segue abaixo das expectativas, impactando o desenvolvimento de soluções baseadas na quinta geração móvel e dificultando a rentabilização dos investimentos das operadoras. Para impulsionar essa adoção, a Ericsson Brasil destacou três fatores essenciais: ampliação da infraestrutura de core 5G, maior penetração de smartphones compatíveis e disponibilidade de frequências baixas.
Paulo Bernardocki, diretor de Soluções e Tecnologia da Ericsson Brasil, apontou que a cobertura atual do 5G, concentrada em frequências de 3,5 GHz e 2,3 GHz, ainda apresenta lacunas. Para solucionar esse problema, a empresa sugere o refarming de faixas utilizadas pelo 4G – especificamente as de 1.800 MHz, 2.100 MHz e 2.600 MHz – para habilitação do 5G. Segundo Bernardocki, a conversão dessas bandas pode ser facilitada pelo uso de spectrum sharing, permitindo a transição sem necessidade de desligamento completo do 4G.
Fatiamento de rede e monetização
Outra estratégia mencionada pela Ericsson para fortalecer o 5G SA é o fatiamento de rede (network slicing), que permite personalizar a conectividade para diferentes aplicações. No entanto, essa tecnologia só deve ganhar tração com a propagação do 5G SA, pois a versão Non-Standalone (NSA) torna sua implementação mais complexa.
Rodrigo Dienstmann, presidente da Ericsson para o Cone Sul, ressaltou que as redes 5G ainda operam de forma homogênea, sem diferenciação para diferentes casos de uso. Com o 5G SA, as operadoras poderão oferecer níveis distintos de serviço e explorar novos modelos de monetização, cobrando por funcionalidades específicas, como reforço de banda para realidade aumentada, cloud gaming e transmissões ao vivo.
A expectativa é que a adoção plena do 5G SA transforme a conectividade móvel no Brasil, ampliando a oferta de serviços inovadores e melhorando o retorno sobre os investimentos no setor.