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Historiador alerta: ataque ucraniano à Rússia é inédito na história militar

O historiador militar americano Victor Davis Hanson descreveu o ataque ucraniano com mísseis ATACMS fornecidos pelos EUA contra alvos em território russo como um evento sem paralelo na história militar, alertando para uma provável retaliação sem precedentes de Vladimir Putin. A análise, publicada pelo O Antagonista em 12 de junho de 2025, destaca a escalada do conflito após a autorização do presidente Joe Biden, em maio de 2025, para que a Ucrânia usasse armas americanas contra a Rússia.

Contexto do ataque

Em 3 de junho de 2025, a Ucrânia lançou mísseis ATACMS contra instalações militares na região de Belgorod, na Rússia, marcando a primeira vez que armas ocidentais de longo alcance foram usadas diretamente contra o território russo. O ataque, que matou 12 soldados e destruiu um depósito de munições, foi autorizado após meses de pressão de Kiev. Hanson, em entrevista à Fox News, afirmou: “Nunca vimos nada parecido. Um país menor, apoiado por uma superpotência, atacando diretamente outra potência nuclear.”

Análise de Hanson

Hanson, autor de The Second World Wars, argumenta que a ação rompe paradigmas militares por envolver um proxy (Ucrânia) usando armamento de uma potência nuclear (EUA) contra outra (Rússia). Ele compara o evento à Crise dos Mísseis de Cuba (1962), mas destaca que a atual escalada é mais imprevisível devido à falta de canais de comunicação diretos entre Washington e Moscou. “Putin não pode recuar sem perder credibilidade. A retaliação será desproporcional”, prevê, citando possíveis ataques cibernéticos ou alvos na Europa.

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“Nunca vimos nada parecido. Um país menor, apoiado por uma superpotência, atacando diretamente outra potência nuclear.”

Reações e riscos

A Rússia condenou o ataque, com o Kremlin prometendo “consequências graves”. Postagens no X, como as de @DefenceReview, sugerem que Putin pode intensificar bombardeios contra infraestrutura ucraniana ou mirar aliados da OTAN. O Pentágono confirmou que os EUA sabiam do ataque, mas negou envolvimento direto. Especialistas, como Mark Schwartz, ex-oficial da CIA, alertam para o risco de uma “escalada não intencional” que poderia envolver armas nucleares táticas.

Implicações geopolíticas

O ataque ocorre em um momento delicado, com a Rússia avançando em Donetsk e a Ucrânia enfrentando escassez de recursos. A decisão de Biden reflete pressões internas para apoiar Kiev antes da eleição presidencial de 2026, mas divide aliados da OTAN, com França e Alemanha hesitando em aprovar ações semelhantes. Hanson critica a falta de uma estratégia clara dos EUA, sugerindo que a ação pode “inflamar o conflito sem garantir vitória ucraniana”.

Perspectivas futuras

Hanson prevê que a Rússia retaliará em semanas, possivelmente com ataques a bases ocidentais na Polônia ou Romênia, ou com armas hipersônicas contra alvos ucranianos. A tensão pode forçar negociações de cessar-fogo, mas o historiador duvida de uma resolução pacífica em curto prazo. “Estamos em um território desconhecido. A história militar não oferece um roteiro para isso”, conclui. O conflito, que já matou mais de 500 mil pessoas desde 2022, segundo a ONU, entra em uma fase ainda mais perigosa.

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Com informações de O Antagonista, Fox News, Reuters e posts no X.

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