Novo modelo substituirá verificadores externos e seguirá abordagem adotada pelo X
Pouco antes da eleição presidencial nos Estados Unidos, Mark Zuckerberg anunciou que a Meta começaria a descontinuar seu programa de verificação de fatos por terceiros, adotando um sistema baseado em notas da comunidade — semelhante ao utilizado pelo X, de Elon Musk.
A mudança transfere para os próprios usuários a responsabilidade de adicionar contexto a publicações potencialmente enganosas no Facebook, Instagram e Threads. O novo modelo, no entanto, não irá reduzir a visibilidade de conteúdos, ao contrário do que ocorre no sistema de verificação de terceiros, onde postagens marcadas como falsas tinham seu alcance limitado.
Implementação gradual
Em seu pronunciamento, Zuckerberg destacou que o novo modelo será implementado de forma gradual nos Estados Unidos, sem previsão de expansão para a União Europeia, onde a Lei de Serviços Digitais pode representar um obstáculo.
A fase inicial de testes teve início em 18 de março, quando os primeiros colaboradores do programa começaram a adicionar informações complementares a postagens.
Como funciona o novo sistema?
O sistema de notas da comunidade da Meta permite que usuários contribuam com informações adicionais em publicações que possam ser enganosas ou que necessitem de contexto. Essas notas, porém, não são publicadas imediatamente: antes de aparecerem para todos os usuários, elas passam por um processo de avaliação para garantir que sejam relevantes e representem diferentes perspectivas.
Embora o novo modelo amplie a participação dos usuários na moderação de conteúdo, especialistas apontam desafios, como a possibilidade de manipulação coordenada das notas e a disseminação de interpretações tendenciosas. A Meta ainda não detalhou quais serão os critérios para avaliar a confiabilidade das contribuições e evitar abuso do sistema.
A transição representa uma estratégia da empresa para reduzir custos e descentralizar a verificação de informações, ao mesmo tempo em que acompanha tendências adotadas por outras redes sociais. Resta saber se a abordagem será eficaz no combate à desinformação ou se abrirá espaço para novos desafios na moderação de conteúdo.