O Fim da Festa? Anthropic Limita IA Claude Após “Superusuários” Consumirem Milhares de Dólares em Planos de U$200
A Anthropic, uma das principais concorrentes da OpenAI, anunciou que está colocando um freio no uso de sua ferramenta de inteligência artificial, o Claude. A empresa vai implementar novos limites de uso para assinantes dos planos pagos, em uma tentativa de conter custos e evitar a sobrecarga do sistema, causada por uma pequena, mas extremamente ativa, parcela de seus usuários.
Em um comunicado, a startup explicou que “alguns dos maiores fãs do Claude o utilizam continuamente em segundo plano, 24 horas por dia, 7 dias por semana”. Essa prática, segundo a empresa, exige um suporte computacional que a startup não consegue oferecer no momento de forma sustentável. O caso extremo, que ilustra o problema, foi o de um único usuário que consumiu “dezenas de milhares de dólares em uso de modelo em um plano de US$ 200”.
A Conta que Não Fecha: O Custo Real da IA “Ilimitada”
A decisão da Anthropic, que afetará cerca de 5% dos usuários a partir de 28 de agosto, expõe uma tensão crescente na indústria de IA: o modelo de assinatura “tudo o que puder usar”, comum em softwares, é difícil de sustentar quando os custos de processamento são tão altos e variáveis. Cada interação com um modelo de linguagem avançado consome uma quantidade significativa de poder computacional, e o uso intensivo por poucos usuários pode inviabilizar a operação para todos.
Além da sobrecarga, a empresa citou o combate a violações das políticas de uso como outro motivo para a mudança. Um “pequeno número de usuários” estaria compartilhando e revendendo contas, o que, segundo a startup, “afeta a capacidade de todos os usuários do Claude”. As novas regras estabelecerão limites de horas de uso para os diferentes modelos da IA (Sonnet 4 e Opus 4), variando conforme o plano de assinatura.
A Reação da Comunidade: Divisão Entre “Órfãos” e “Aliviados”
A notícia dividiu a comunidade de usuários da plataforma. Nas redes sociais, os chamados “power users” expressaram forte descontentamento. “A Anthropic está afastando seus usuários mais poderosos, que também são seus embaixadores mais ávidos da marca. Eles irão para outros provedores, o que pode muito bem desencadear uma queda da Anthropic”, escreveu um usuário no X (antigo Twitter).
Por outro lado, usuários mais casuais demonstraram apoio à medida, na esperança de que ela traga mais estabilidade ao serviço. “Apoio totalmente isso! Fiquei bloqueado por uma API sobrecarregada nas últimas duas semanas, muito chato”, comentou outro. Em meio ao debate, surgiram sugestões de modelos alternativos, como unificar a cobrança no formato de API (pagamento por uso), eliminando as assinaturas com limites.
Um Problema Anunciado
A formalização dos limites não é uma surpresa completa. No início de julho, usuários já relatavam ter seus acessos bloqueados inesperadamente, sem um anúncio prévio da empresa. Na época, as reclamações focavam na falta de transparência e na imprecisão dos sistemas de monitoramento de uso. De acordo com a página de status da Anthropic, o serviço sofreu ao menos sete interrupções parciais ou graves no último mês.
O caso do Claude é um choque de realidade para a indústria de IA. Ele revela que a promessa de acesso ilimitado esbarra em custos muito reais, forçando empresas e usuários a confrontar uma verdade incômoda: a inteligência artificial, por enquanto, é um recurso finito e caro, e alguém, em algum momento, precisa pagar a conta.
Da redação do Movimento PB, com informações do Olhar Digital e TechCrunch
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