O Que é Manus AI? Entenda o Agente de IA Chinês que Opera de Forma Autônoma

Ferramenta lançada em março de 2025 viraliza por sua capacidade de executar tarefas complexas sem supervisão humana, desafiando gigantes como OpenAI.

O Manus AI, desenvolvido pela startup chinesa Monica.im, emergiu como um marco no cenário global de inteligência artificial ao ser apresentado como o “primeiro agente geral de IA” do mundo. Lançado em 6 de março de 2025, o sistema ganhou notoriedade por sua capacidade de realizar tarefas complexas de maneira autônoma, indo além de simples assistentes virtuais. Criado por uma equipe liderada pelo empreendedor Ji Yichao, o Manus promete transformar pensamentos em ações concretas, executando desde análises financeiras até a criação de websites, tudo sem intervenção humana constante. Mas o que exatamente é o Manus AI e como ele funciona? Confira os detalhes.

Como o Manus AI Funciona?

Diferente de chatbots tradicionais como o ChatGPT, que dependem de instruções detalhadas e entregam respostas baseadas em texto, o Manus opera como um agente autônomo em um ambiente virtual. Ele utiliza uma arquitetura multiagente, combinando diversos modelos de IA — incluindo versões ajustadas de ferramentas como Claude (Anthropic) e Qwen (Alibaba) — para dividir tarefas complexas em etapas gerenciáveis. Após receber um único prompt do usuário, o sistema assume o controle, funcionando em um “computador virtual” na nuvem que simula um desktop Ubuntu.

O processo é transparente: uma janela exibe em tempo real as ações do Manus, como navegação em sites, consultas a arquivos e execução de comandos. Por exemplo, ao solicitar um relatório sobre ações da Tesla, o Manus pesquisa dados financeiros online, analisa tendências e gera um documento completo com gráficos. Tudo isso ocorre de forma assíncrona — o usuário pode desconectar seu dispositivo, e o agente continua trabalhando, notificando-o quando o trabalho está concluído.

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O Que a IA Pode Fazer?

O Manus se destaca por sua versatilidade e autonomia. Entre suas capacidades demonstradas estão:

  • Planejamento de Viagens: Cria itinerários detalhados, como uma viagem ao Japão, integrando informações de clima, transporte e custos, além de gerar guias personalizados em PDF.
  • Análise Financeira: Realiza estudos aprofundados de ações, como as da Tesla, produzindo dashboards visuais e relatórios com insights acionáveis.
  • Criação de Conteúdo: Desenvolve materiais educacionais, como apresentações em vídeo sobre teoremas científicos, ou comparações de políticas de seguro em tabelas claras.
  • Desenvolvimento Web: Constrói sites do zero, coletando dados de redes sociais, escrevendo código em Python ou outras linguagens e resolvendo problemas técnicos de hospedagem.
  • Recrutamento: Analisa currículos, avalia candidatos com base em tendências de mercado e entrega rankings em planilhas.

Nos testes do GAIA Benchmark — um padrão que avalia assistentes de IA em tarefas reais —, o Manus superou o Deep Research da OpenAI, alcançando desempenho de ponta em todos os níveis de dificuldade. “Não é só um chatbot, é um agente que entrega resultados”, afirmou Ji Yichao em um vídeo de demonstração que acumula mais de 200 mil visualizações no X em menos de 24 horas.

Como Usar o Manus AI?

Por enquanto, o acesso ao Manus é restrito a um preview por convite, devido à capacidade limitada de servidores. Usuários interessados devem solicitar códigos de acesso pelo site oficial (manus.im), onde uma lista de espera foi criada após a viralização da ferramenta. A empresa planeja abrir parte do código ao público ainda em 2025, mas não anunciou uma data para lançamento geral ou preços — especula-se, com base em posts no X, que o custo mensal possa exceder US$ 100.

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Um Vislumbre da AGI?

A Monica.im posiciona o Manus como um passo rumo à inteligência artificial geral (AGI), um conceito em que máquinas atingiriam capacidades cognitivas humanas. Diferente de modelos como o DeepSeek, outro sucesso chinês de 2023 focado em linguagem, o Manus prioriza ação autônoma sobre geração de texto. “Enquanto outros AIs param na concepção, o Manus executa”, destaca Ji, sugerindo uma mudança de paradigma na colaboração homem-máquina.

A recepção, porém, é mista. Enquanto entusiastas como Victor Mustar, da Hugging Face, elogiam sua “experiência impressionante”, críticos como Kyle Wiggers, do TechCrunch, apontam falhas em tarefas complexas, como a criação de um jogo funcional. Ainda assim, o impacto do Manus é inegável: sua estreia reacende o debate sobre a liderança da China na corrida da IA, desafiando o domínio de gigantes americanos como OpenAI e Google.

Contexto e Futuro

O lançamento ocorre em um momento de competição acirrada no setor de IA. Semanas antes, o DeepSeek R1 já havia impressionado por sua eficiência a baixo custo. Agora, o Manus eleva a aposta, sugerindo que a China pode estar à frente em agentes autônomos. Para o Brasil, onde a adoção de IA ainda engatinha, ferramentas como essa podem inspirar avanços em automação, mas também levantam questões éticas: quem responde por erros de um sistema independente? Enquanto o mundo observa, o Manus AI se firma como um símbolo de inovação — e de um futuro cada vez mais automatizado.


Texto adaptado de informações do Canaltech e revisado pela nossa redação.

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