A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) autorizou os provedores de internet banda larga a utilizarem números de telefone fixo — algo que, até então, era restrito às operadoras tradicionais de telefonia. A decisão atende a uma demanda antiga das empresas de internet e pode mudar a forma como esses serviços se conectam com os clientes.
Na prática, isso significa que os provedores de internet, especialmente os de pequeno porte, poderão oferecer números de telefone fixo para seus usuários. Esses números poderão ser usados em serviços como centrais de atendimento (call centers), ligações por internet (VoIP), entre outros. E o melhor: será possível manter o número fixo atual ao mudar de operadora, graças à portabilidade.
Para evitar que faltem combinações numéricas no futuro, a Anatel definiu que os novos números terão nove dígitos e sempre começarão pelo número 6 — algo parecido com o que já aconteceu no passado com os celulares, que passaram a ter um dígito a mais.
A nova regra faz parte de um processo de simplificação das normas do setor. A ideia é permitir que os serviços de telefonia e internet caminhem juntos, sem burocracia desnecessária. Um novo regulamento geral foi criado com esse objetivo, incentivando a convergência entre as tecnologias.
E o que muda para o consumidor?
Com essa mudança, será mais fácil e barato para empresas de internet oferecerem pacotes que incluam telefone fixo com número próprio, especialmente usando tecnologias modernas como chamadas por internet. Isso também pode ajudar na criação de novos serviços e melhorar a concorrência entre os provedores, o que tende a beneficiar o consumidor.
Por outro lado, quem oferecer esse tipo de serviço terá que seguir regras parecidas com as das grandes operadoras, principalmente quando se trata de interligar chamadas entre redes diferentes (por exemplo, uma ligação feita de um número tradicional para um número da internet).
A expectativa da Anatel é que essa medida impulsione a inovação e dê mais força aos pequenos provedores, que hoje atendem milhões de brasileiros, principalmente fora dos grandes centros urbanos.