União Europeia Aposta €1,3 Bilhão em IA, Cibersegurança e Futuro Digital até 2027


A União Europeia (UE) está abrindo os cofres para moldar o futuro digital do continente. Nesta quinta-feira (27), a Comissão Europeia, o braço executivo do bloco, anunciou um investimento de €1,3 bilhão — mais de R$ 8 bilhões na cotação atual — em tecnologias estratégicas como inteligência artificial (IA), cibersegurança e capacitação digital. O dinheiro, que será injetado entre 2025 e 2027 pelo Programa Europa Digital (DIGITAL), não é apenas uma promessa de inovação: é um plano ambicioso para colocar a Europa na vanguarda da revolução tecnológica, com foco em saúde, segurança e sustentabilidade.

O destaque vai para a IA generativa, aquela que cria textos, imagens e até mundos virtuais do zero, como vimos no recente — e breve — Ghibli-verso da OpenAI. A UE quer levar essa tecnologia a sério, mas com propósito. O plano prevê financiar aplicações em setores como saúde, com testes em ambientes imersivos que simulam hospitais ou casas de cuidado, e criar espaços de dados compartilhados que sejam energeticamente eficientes. Tudo isso está ligado às AI Factories, uma iniciativa que promete abrir as portas da IA generativa para empresas e governos, alinhando-se à nova lei europeia de IA, que busca equilibrar inovação e responsabilidade.

A cibersegurança também está no radar, e com razão. Num mundo onde hospitais podem ser alvos de hackers e cabos submarinos carregam a internet global, a UE planeja reforçar suas defesas. Parte do orçamento vai para a Reserva Cibernética da União Europeia, uma espécie de “pronto-socorro digital” para infraestruturas críticas. Imagine equipes de elite cibernética prontas para agir quando um ataque ameaça apagar as luzes de uma cidade ou parar uma UTI — é esse o nível de preparação que o bloco quer alcançar.

Mas o DIGITAL vai além de máquinas e códigos. A capacitação é um pilar essencial, com recursos para turbinar universidades e centros de treinamento. A meta é formar uma geração de profissionais afiados em tecnologias avançadas, daqueles que não só usam IA, mas a moldam. E no setor público, a transformação digital ganha força: serviços mais rápidos, carteiras de identidade digitais unificadas e sistemas que conversam entre si, tudo para tornar a burocracia menos europeia e mais moderna.

O programa também tem um olho no planeta. A iniciativa Destination Earth, por exemplo, vai criar um modelo digital da Terra — um “gêmeo virtual” para prever enchentes, secas e outros desastres, ajudando na luta contra as mudanças climáticas. É tecnologia de ponta com um pé na realidade que os europeus vivem todos os dias.

Com um orçamento total de €8,1 bilhões até 2027, o DIGITAL não está sozinho. Ele se junta a pesos-pesados como o Horizon Europe, voltado à pesquisa, e o EU4Health, focado em saúde, além de programas de infraestrutura e recuperação pós-pandemia. É o primeiro grande esforço da UE para levar tecnologias digitais direto ao mercado, e o recado é claro: a Europa quer competir com gigantes como EUA e China sem abrir mão de seus valores.

A reação já começou a pipocar. Em Bruxelas, analistas de tecnologia aplaudem a ousadia, mas alertam: “€1,3 bilhão é um começo, mas a China investe muito mais em IA”, diz Sofia Mendes, especialista em políticas digitais. Nas redes, o tom varia entre otimismo e ironia. “Tomara que a IA europeia não vire outro Ghibli-verso: bonita, mas cancelada em um dia”, tuitou @EuroTechie, enquanto outros celebram: “Finalmente um plano que olha para o futuro sem esquecer os empregos.”

Por enquanto, o €1,3 bilhão é mais do que um número — é um sinal de que a UE quer liderar a próxima onda tecnológica. Se tudo correr como planejado, hospitais mais inteligentes, redes mais seguras e cidadãos mais capacitados podem ser o legado desse investimento. Mas, como todo bom roteiro europeu, o final depende de execução, não só de intenção.


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