Computação quântica revoluciona simulação molecular: entenda o avanço científico

O desafio das simulações químicas

Simular moléculas em nível quântico é um problema complexo para computadores clássicos, devido ao enorme número de interações entre elétrons e núcleos atômicos. Um único cálculo para uma molécula simples pode exigir anos de processamento em supercomputadores tradicionais.

A solução quântica

Pesquisadores desenvolveram um algoritmo quântico híbrido que combina qubits (unidades quânticas de informação) com “modos bosônicos” (medidas de vibração atômica). Essa abordagem reduziu drasticamente os recursos necessários: em vez dos 11 qubits e 300 mil operações de entrelaçamento sem erro exigidos por métodos convencionais, o novo modelo usa apenas 1 átomo e técnicas de laser para desacelerar processos químicos em 100 bilhões de vezes, permitindo simular em milissegundos interações que ocorrem em femtossegundos (10⁻¹⁵ segundos) na realidade.

Moléculas estudadas:

  • Aleno e Butatrieno: compostos orgânicos com estruturas lineares e ligações duplas conjugadas.
  • Pirazina: molécula aromática usada em fármacos e agroquímicos.

Por que a computação quântica é superior?

  1. Qubits em superposição: Podem representar múltiplos estados simultaneamente, mimetizando o comportamento de elétrons em orbitais.
  2. Entrelaçamento quântico: Permite correlacionar partículas distantes, essencial para modelar ligações químicas.
  3. Eficiência exponencial: Problemas que crescem factorialmente para máquinas clássicos (como simular 50 moléculas interagindo) tornam-se lineares para quânticos.

Aplicações práticas

  • Descoberta de medicamentos: Simular como proteínas se dobram ao interagir com fármacos.
  • Engenharia de materiais: Projetar catalisadores mais eficientes ou baterias de alta capacidade.
  • Química verde: Otimizar reações para reduzir resíduos tóxicos.

Desafios atuais

Apesar do avanço, a tecnologia ainda enfrenta obstáculos:

  • Fragilidade dos qubits: Perturbações térmicas ou eletromagnéticas podem destruir seu estado quântico.
  • Escalabilidade: Simulações complexas exigirão milhões de qubits, enquanto os melhores dispositivos atuais têm ~5.000.

Futuro promissor

Empresas como IBM e D-Wave já demonstraram superioridade quântica em tarefas específicas. Por exemplo, um processador de 127 qubits da IBM superou supercomputadores em cálculos magnéticos, enquanto a D-Wave resolveu problemas de otimização logística em minutos. Na medicina, um algoritmo quântico da IBM já prevê estruturas proteicas melhor que IA clássica.


Fontes: [1] Tempo, [2] Olhar Digital.

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