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Curso inédito Brasil–China em computação quântica chega ao fim com entrega de certificados no NIC.br

Curso inédito Brasil–China em computação quântica chega ao fim com entrega de certificados no NIC.br

Por redação do Movimento PB com informações do Nicbr e foto de Ricardo Matsukawa

Chegou ao fim nesta primeira semana de abril o curso inédito “Capacitação em Computação Quântica – Brasil x China”, realizado pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), em parceria com o Quantum Science and Technology Yangtze River Delta Industrial Innovation Center — instituição ligada à CETC (China Electronics Technology Group Corporation). Direcionada ao público interno do NIC.br, a formação foi conduzida por especialistas chineses e teve como foco apresentar, de forma prática, os avanços da China em uma das áreas mais estratégicas da tecnologia mundial.

O curso teve duração de cinco dias e proporcionou aos participantes o desenvolvimento de soluções baseadas em casos reais. As soluções foram testadas por meio da plataforma https://tiangongqs.com/, que oferece acesso tanto a emuladores quanto ao computador quântico desenvolvido pelo centro chinês. A capacitação foi realizada na sede do NIC.br, em São Paulo (SP), reunindo colaboradores de diferentes áreas da instituição.

De acordo com Antonio Moreiras, Gerente de Projetos e Desenvolvimento no NIC.br, o treinamento representa um passo importante na preparação para uma nova era tecnológica. “Muito provavelmente, estamos às portas de mais uma grande disrupção tecnológica, comparável, em impacto, à que estamos vivendo com a inteligência artificial. Nesse cenário, oferecer um treinamento interno sobre computação quântica é estratégico para o NIC.br. Queremos estar mais próximos da vanguarda dessa nova tecnologia, tanto para identificar e adotar as ações preventivas necessárias para manter a Internet segura e estável, quanto para mapear oportunidades e levá-las à comunidade técnica e a todo o ecossistema da Internet no Brasil”, afirmou.

Percival Henriques, vice-presidente do conselho de administração do NIC.br e conselheiro do CGI.br, também destacou a relevância da iniciativa. “Estamos desenvolvendo cooperação internacional e estimulando pesquisa nacional, entre outras iniciativas. Há uma necessidade, sobretudo para segurança de algoritmos criptográficos resistentes à tecnologia quântica”, pontuou.

A computação quântica promete resolver, em segundos, problemas que levariam milhares de anos para serem solucionados pelos supercomputadores atuais. No entanto, esse potencial levanta preocupações com relação à segurança digital. Boa parte da criptografia usada atualmente na Internet poderá se tornar vulnerável diante do poder de processamento desses novos sistemas. “Isso colocaria em risco a confidencialidade e a integridade das comunicações digitais como as conhecemos. Por isso, há um movimento global para a substituição dos algoritmos criptográficos atuais por algoritmos que, ao que se espera, sejam resistentes à computação quântica. Por outro lado, as chamadas redes quânticas oferecem novos caminhos para aumentar drasticamente a segurança das comunicações”, explicou Moreiras.

Organizado por Antonio Moreiras, Percival Henriques e Amilcar Queiroz — professor e pesquisador da Universidade Federal de Campina Grande — o curso contou com a participação dos pesquisadores chineses Dr. Dafa Zhao, Dra. Feng Xiong e Dr. Yitong Guan, do Quantum Science and Technology Yangtze River Delta Industrial Innovation Center.

O encerramento do curso foi marcado por um evento especial de entrega dos certificados aos participantes. Entre os convidados estiveram Demi Gestchko, Diretor-presidente do NIC.br; Hartmut Richard Glaser, Secretário Executivo do CGI.br; Claudio Furtado, conselheiro do CGI.br e representante do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (CONSECTI); Felipe Bellucci, Coordenador-Geral de Tecnologias Habilitadoras, representando a Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (SETEC), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; e Elcio Abdalla, professor e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP).