CiênciasTecnologia

EUA Podem ‘Perder uma Guerra’ para Enxames de Drones da China, Alerta Relatório

Think tank de segurança aponta que China visa produzir 1 milhão de drones de ataque até 2026, enquanto os EUA gastam mísseis caros para abater alvos baratos.

As Forças Armadas dos Estados Unidos correm o risco de serem sobrecarregadas por ataques em massa de drones chineses em um eventual conflito, e podem até mesmo “perder uma guerra por Taiwan” se não ampliarem urgentemente seus investimentos em sistemas de defesa antidrones. O alerta contundente foi feito em um relatório divulgado na última quarta-feira (10) pelo Center for a New American Security (CNAS), um influente think tank de Washington.

O documento afirma que, embora o Pentágono reconheça o problema há anos, os avanços na criação de defesas eficazes têm sido lentos e em escala limitada. “Sem grandes quantidades de armas com capacidades antidrones substancialmente aprimoradas, os Estados Unidos correm o risco de ter suas estratégias de combate sobrecarregadas”, escreveram as autoras do relatório, Stacie Pettyjohn e Molly Campbell.

A Estratégia Chinesa: Quantidade e Sofisticação

A China, por sua vez, tem priorizado a produção em larga escala de sistemas não tripulados. Em 2024, o país encomendou um milhão de drones de ataque unidirecionais para entrega até 2026. Além da quantidade massiva, Pequim está testando tecnologias avançadas de visão em primeira pessoa, fibra óptica e plataformas de longo alcance, aplicando as lições aprendidas na guerra da Ucrânia. O relatório avalia que o país poderá “em breve ter a maior e mais sofisticada frota de drones do mundo”.

A Resposta Americana: Lenta e Desproporcional

Enquanto isso, os investimentos bilionários dos EUA em programas antidrones têm sido direcionados, em grande parte, para armas cinéticas extremamente caras, como mísseis guiados. O relatório destaca a assimetria econômica dessa abordagem, citando o exemplo da Marinha dos EUA no Mar Vermelho, que tem usado mísseis de centenas de milhares de dólares para abater drones baratos. Soluções mais econômicas, como lasers e micro-ondas, permanecem em estágios de pesquisa e desenvolvimento.

Líderes militares, como o general James Rainey, chefe do Comando de Futuros do Exército, já criticaram publicamente a lentidão na adoção de soluções eficazes em larga escala.

O ‘Inferno Não Tripulado’ como Contra-Ataque

Uma simulação de guerra realizada pelo CNAS mostrou que a China conseguiria sustentar ataques massivos contra forças americanas, especialmente na região que inclui Taiwan. Diante desse cenário, comandantes dos EUA avaliam combater fogo com fogo. O almirante Samuel Paparo, chefe do Comando Indo-Pacífico, declarou que sua estratégia seria usar os próprios enxames de drones americanos para atrasar uma eventual ofensiva chinesa, com o objetivo de transformar o Estreito de Taiwan “em um inferno não tripulado”.

O relatório do CNAS expõe uma assimetria crítica nas estratégias militares das duas superpotências. Enquanto os EUA se concentram em plataformas de alta tecnologia e alto custo, a China parece dominar a arte da guerra de baixo custo, alto volume e descartável. A ameaça do enxame de drones não é apenas tecnológica, mas econômica, projetada para exaurir os recursos americanos. A resposta dos EUA, de criar seu próprio “inferno não tripulado”, sinaliza a aceitação de que a próxima grande guerra pode não ser vencida pelo exército mais avançado, mas por aquele que melhor dominar a lógica caótica e implacável do enxame.

Da redação com informações do portal R7

Redação do Movimento PB [NMG-OOG-15092025-L9M0N1-15P]


Descubra mais sobre Movimento PB

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.