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‘Fabricaremos caças como fabricamos celulares’: China revoluciona indústria militar com megafábrica de jatos furtivos

‘Fabricaremos caças como fabricamos celulares’: China revoluciona indústria militar com megafábrica de jatos furtivos

Com linhas de produção automatizadas e uma nova filosofia de montagem, indústria aeroespacial chinesa AVIC se prepara para uma produção em massa sem precedentes, visando a supremacia aérea com seus caças de última geração J-35 e J-50.

A China deu um passo audacioso que promete redefinir o equilíbrio do poder aéreo global. A Shenyang Aircraft Manufacturing Corporation, parte do conglomerado estatal AVIC, revelou a construção de uma nova e gigantesca planta industrial dedicada à fabricação de seus mais avançados caças furtivos. A declaração do vice-engenheiro-chefe da AVIC, Sun Cong, resume a ambição do projeto de forma assustadora e genial: “No futuro, fabricaremos caças como fabricamos celulares”. A frase não é uma mera força de expressão, mas a síntese de uma nova filosofia de produção em massa que visa equipar a Força Aérea e a Marinha do país em um ritmo e escala jamais vistos.

A nova fábrica, com impressionantes 270.000 metros quadrados, será equipada com quatro “linhas de produção em pulso”, uma estratégia de montagem de alta eficiência projetada para acelerar drasticamente a fabricação. Embora os números oficiais ainda não tenham sido confirmados, rumores na imprensa internacional apontam para uma capacidade produtiva de cerca de 100 unidades do caça J-35 por ano. Essa escala de produção, se confirmada, colocaria a China em uma posição de vantagem numérica e tecnológica em um curto espaço de tempo, superando a capacidade de muitos de seus rivais ocidentais.

Para quem não é da área, podemos simplificar alguns termos…

Uma “linha de produção em pulso” (ou pulsed assembly line) é um conceito de manufatura avançada que se diferencia da linha de montagem tradicional. Em vez de a aeronave se mover continuamente, ela e todos os seus componentes avançam de uma estação de trabalho para a outra de forma sincronizada, em intervalos de tempo fixos, como uma “pulsação”. Isso otimiza o fluxo de trabalho, reduz gargalos e permite um nível de automação muito maior, semelhante ao que vemos nas fábricas de eletrônicos mais modernas do mundo. É, literalmente, a aplicação da lógica de produção de um smartphone na construção de uma máquina de guerra de última geração.

Os novos dragões do céu: J-35 e J-50

O carro-chefe da nova planta será o Shenyang J-35, um caça furtivo de quinta geração projetado para operar tanto em terra quanto a bordo de porta-aviões. A produção em série do J-35 foi anunciada oficialmente em julho, e as primeiras imagens do jato operando no mais novo porta-aviões chinês, o Fujian, já foram divulgadas. A velocidade com que o projeto avançou do protótipo à fase operacional chocou analistas militares em todo o mundo. Além dele, a fábrica também se prepara para produzir o misterioso J-50, um projeto ainda mais recente e com um design futurista de “asa lambda”, que já foi flagrado em voos de teste.

A iniciativa chinesa é um recado claro ao cenário geopolítico. Em um momento de tensões crescentes, a capacidade de produzir rapidamente um grande volume de aeronaves de ponta é um fator decisivo. A China não está apenas modernizando suas Forças Armadas; ela está construindo uma máquina industrial de guerra capaz de sustentar um conflito prolongado e de projetar poder em escala global. A era em que a fabricação de caças era um processo artesanal e demorado parece estar chegando ao fim, e a nova doutrina chinesa de “produção em massa de alta tecnologia” pode forçar o resto do mundo a repensar completamente suas próprias estratégias de defesa.

Redação do Movimento PB com informações de Poder Aéreo

Redação do Movimento PB [NMG-OGO-06102025-H4I9J1-13P]