Geração Z alerta: Exposição íntima não consentida lidera riscos digitais, aponta estudo

Pesquisa com 2,7 mil jovens revela pornografia de vingança como principal ameaça online, seguida por isolamento social e assédio.


Um estudo realizado pela Terre des Hommes em parceria com a comunidade “Scomodo” revelou que 58% dos jovens abaixo de 26 anos identificam a pornografia de vingança – compartilhamento de conteúdo íntimo sem consentimento – como o maior risco na internet. Os dados, coletados de mais de 2.700 participantes, foram divulgados no Dia Internacional da Internet Segura (11 de fevereiro), iniciativa promovida pela Comissão Europeia em mais de 100 países.

Além da exposição íntima não autorizada, os entrevistados apontaram outros perigos: isolamento da vida real (49%), assédio (47%) e cyberbullying (46%). A pesquisa, chamada Osservatorio indifesa, destaca ainda que 70% dos jovens defendem regras mais rígidas para combater a violência online, enquanto 13% consideram ineficaz a regulamentação e 6% temem restrições à liberdade.

Impactos psicológicos e demandas por mudança


“As consequências dessas violências são infinitas: perda de autoestima, ansiedade crescente e isolamento”, explica Federica Giannotta, responsável pelos programas da Terre des Hommes na Itália. Ela ressalta diferenças de gênero nas reações: mulheres tendem a desenvolver ansiedade, enquanto homens se isolam socialmente. A organização trabalha em uma proposta de reforma legislativa para ampliar a proteção de vítimas de crimes digitais.

Apesar de 86% dos jovens reconhecerem os riscos de compartilhar material íntimo, 12,5% não sabem como agir caso sejam expostos. O problema é mais percebido por mulheres e diminui conforme a idade avança.

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Violência além das telas


Metade dos entrevistados relatou ter sofrido algum tipo de violência, com destaque para agressões verbais, psicológicas e bullying. Contextos escolares concentram 56,5% dos casos, seguidos por espaços públicos e locais de lazer. Entre as formas mais comuns estão insultos, difamação, ameaças e discriminação em redes sociais.

Quando questionados sobre a quem recorreriam em situações de bullying, 45% mencionaram amigos, 31% os pais e apenas 2,23% os professores. “Os jovens demonstram clareza sobre os perigos digitais, mas precisam de apoio institucional”, afirma Paolo Ferrara, diretor-geral da Terre des Hommes Itália. A ONG firmou um acordo com a Polícia Postal para combater crimes online e ampliar projetos com a comunidade Scomodo, formada por menores de 30 anos.

Texto adaptado de Vatican News e revisado pela nossa redação.

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