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Irlanda Inova com Maior Volante de Inércia do Mundo para Evitar Apagões

A usina de Moneypoint, na Irlanda, outrora movida a carvão, agora abriga o maior volante de inércia do planeta, uma solução inovadora para estabilizar a rede elétrica e prevenir apagões, conforme noticiado pelo Terra em 22 de junho de 2025. Com 200 toneladas e girando a 3.000 rotações por minuto (rpm), o equipamento, fabricado pela Siemens Energy, é peça central de um condensador síncrono que permite integrar mais fontes renováveis, como energia eólica, à rede irlandesa, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis.

Como Funciona o Volante de Inércia

O volante de inércia armazena energia cinética ao girar continuamente, liberando-a instantaneamente quando há variações bruscas na frequência da rede elétrica, como quedas de produção ou picos de demanda. Acoplado a um condensador síncrono de 66 toneladas, o sistema fornece 4.000 megawatts-segundo de inércia, simulando a estabilidade de usinas tradicionais a carvão ou gás. Essa tecnologia é essencial em redes com alta penetração de renováveis, que não possuem inércia natural devido à ausência de turbinas rotativas constantes.

Contexto e Relevância

A Irlanda, onde 41% da energia em 2023 veio de fontes renováveis, principalmente eólica, enfrenta desafios para manter a estabilidade da rede. No Brasil, onde quase 60% da eletricidade é renovável (eólica, solar e hidráulica), apagões como o de 28 de abril de 2025, em São Paulo, expuseram a vulnerabilidade de sistemas com baixa inércia. A tecnologia de Moneypoint oferece um modelo para o Brasil, que busca expandir sua matriz renovável enquanto enfrenta pressões climáticas e urbanas.

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Benefícios e Aplicações

O sistema de Moneypoint permite conectar mais energia renovável à rede, reduzindo emissões de CO₂. Nick O’Mahony, diretor da Siemens Energy na Irlanda, destaca que o volante usa apenas uma fração da energia de usinas convencionais, sendo eficiente e sustentável. Além de estabilizar a rede, o projeto inclui planos para produzir hidrogênio verde a partir de energia eólica, mirando a independência energética irlandesa até 2035.

Desafios e Perspectivas

Embora pioneira, a tecnologia é cara e ainda pouco comum. Na Europa, apenas projetos como o de Lanzarote, nas Ilhas Canárias, adotaram volantes de inércia há uma década. A escalabilidade depende de investimentos e políticas públicas, como as da UE, que exigirá energia 100% neutra em carbono até 2050. No Brasil, especialistas sugerem que soluções como podas preventivas de árvores e IA para monitoramento de redes podem ser mais viáveis a curto prazo, mas volantes de inércia poderiam reforçar a resiliência em longo prazo.

Impacto Global

A inovação de Moneypoint é um marco para a transição energética global. Com o aumento de renováveis, sistemas como esse podem prevenir apagões e apoiar a descarbonização. Para o Brasil, que enfrenta desafios semelhantes, a tecnologia irlandesa inspira reflexões sobre como combinar inovação e sustentabilidade para garantir energia confiável em um futuro mais verde.

Fontes: Terra, Siemens Energy, Motorpasión, posts no X.

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