Jatos mais rápidos: Quântica corta meses de simulação da Rolls-Royce
Editor Chefe
A indústria aeroespacial está prestes a testemunhar uma revolução no design de motores a jato. Uma colaboração inovadora entre gigantes da tecnologia – a britânica Rolls-Royce, a canadense Xanadu e a Riverlane do Reino Unido – promete encurtar simulações complexas de fluxos de ar de semanas para menos de uma hora, graças ao poder da computação quântica.
O Salto Quântico na Engenharia
Simular o fluxo de ar em motores a jato, um processo conhecido como Dinâmica de Fluidos Computacional (CFD), é um pilar fundamental no desenvolvimento e aprimoramento desses equipamentos. Atualmente, essa tarefa exige supercomputadores clássicos e pode se estender por meses, um gargalo significativo para a inovação.
A computação quântica surge como a grande promessa para superar essa barreira. Sua capacidade de processamento exponencialmente superior pode não apenas acelerar drasticamente os cálculos, mas também abrir caminho para designs mais ambiciosos e eficientes.
Uma Parceria de Ponta
A sinergia entre as três empresas foi crucial. A Rolls-Royce trouxe sua vasta experiência em aplicações e fluxos de trabalho, integrando suas simulações ao software PennyLane da Xanadu. A Riverlane, por sua vez, contribuiu com algoritmos quânticos de ponta, enquanto a Xanadu otimizou o programa híbrido quântico-clássico com seu compilador Catalyst.
Leigh Lapworth, especialista em Ciência Computacional da Rolls-Royce, celebrou o sucesso: “Essa colaboração foi extremamente bem-sucedida, avançando significativamente nossa capacidade em aplicações quânticas. O foco em algoritmos tolerantes a falhas nos coloca em uma posição de liderança na era da correção de erros.”
Christoph Sünderhauf, cientista da Riverlane, destacou a inovação nos pré-cálculos: “Tradicionalmente, pré-computar parâmetros para circuitos quânticos era muito demorado. Nossa pesquisa acelerou significativamente essa etapa, permitindo que o pré-processamento clássico acompanhe a computação quântica em si.”
Christian Weedbrook, CEO da Xanadu, enfatizou a redução drástica nos tempos de prototipagem e a importância da abordagem híbrida: “Nosso esforço reduziu os tempos de prototipagem em até 1000 vezes em alguns casos, superando as longas esperas da Rolls-Royce. Para tornar a computação quântica prática, devemos otimizar a estrutura híbrida quântico-clássica, pois os gargalos não serão resolvidos isolando os dois tipos de computação.”
O Futuro Chegou: Benefícios e Visão
O projeto, que recebeu financiamento conjunto dos governos do Canadá e do Reino Unido, não apenas demonstra o potencial da computação quântica, mas também solidifica uma parceria internacional estratégica na construção de expertise tecnológica.
A capacidade de simular designs de motores a jato em menos de uma hora é um divisor de águas. Isso significa ciclos de desenvolvimento mais curtos, maior agilidade na inovação e, em última instância, motores mais eficientes e sustentáveis.
A colaboração de ponta a ponta, que uniu a expertise de cada empresa, prova que a união de forças é o caminho para desbravar as fronteiras da computação e da engenharia.
Da redação do Movimento PB.