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MIT Revela: ChatGPT Pode Reduzir Criatividade e Atividade Cerebral em Estudantes

Como o ChatGPT Afeta o Cérebro dos Estudantes?

Um estudo do MIT Media Lab, publicado em 10 de junho de 2025, investigou como o uso de ferramentas de inteligência artificial, como o ChatGPT, impacta o cérebro dos estudantes durante a escrita de redações. A pesquisa revelou que depender de IA desde o início do processo criativo pode reduzir a atividade cerebral, a memória e a originalidade, levantando questões sobre o papel da tecnologia na educação.

O Experimento: Três Grupos, Um Desafio

Cinquenta e quatro estudantes de 18 a 39 anos, da região de Boston, foram divididos em três grupos para escrever redações no estilo do vestibular americano (SAT). Um grupo usou apenas o ChatGPT, outro recorreu ao Google, e o terceiro escreveu sem nenhuma ferramenta digital. Durante as tarefas, eletroencefalogramas (EEG) monitoraram a atividade cerebral em 32 regiões do cérebro, avaliando engajamento cognitivo.

Resultados: Menos Atividade, Menos Criatividade

Os alunos que usaram ChatGPT apresentaram a menor atividade cerebral, especialmente nas regiões ligadas à criatividade, memória e processamento semântico. Eles também mostraram menor engajamento e, com o tempo, tornaram-se mais passivos, muitas vezes apenas copiando e colando respostas geradas pela IA. Em contraste, o grupo que escreveu sem ferramentas digitais exibiu maior conectividade neural nas faixas alfa, teta e delta, associadas ao pensamento profundo e à geração de ideias.

Memória e Conexão Pessoal em Xeque

Quando os grupos trocaram de método – os usuários de ChatGPT escreveram sem ferramentas e vice-versa –, os resultados foram ainda mais claros. Mais de 83% dos que usaram IA não conseguiram citar trechos de suas próprias redações minutos após escrevê-las, indicando baixa retenção. Já 78% dos que começaram sem ferramentas mantiveram boa memória mesmo após usar IA. Além disso, os textos gerados com ChatGPT, embora bem avaliados por professores, careciam de diversidade de ideias e conexão pessoal, sendo descritos como “sem alma”.

💡Para Entender de Forma Simples: Pense no ChatGPT como uma calculadora para escrever: ela resolve rápido, mas, se você só aperta os botões, não aprende a fazer as contas. O estudo do MIT sugere que usar IA desde o começo reduz o esforço mental, como se o cérebro “desligasse” áreas de criatividade e memória. Escrever sem IA, por outro lado, é como malhar a mente, fortalecendo o pensamento crítico.

Impacto no Futuro da Educação

A pesquisadora Nataliya Kosmyna, líder do estudo, alerta para os riscos de depender excessivamente de IA, especialmente para jovens em fase de desenvolvimento cognitivo. “Não estamos dizendo para nunca usar IA, mas se os alunos apenas pedirem à máquina para fazer o trabalho, corremos o risco de sacrificar o aprendizado a longo prazo por facilidade imediata”, disse. A pesquisa sugere que estratégias híbridas – como escrever um rascunho manual antes de refinar com IA – podem equilibrar eficiência e engajamento mental.

Por Que Isso Importa?

Embora o ChatGPT aumente a produtividade, seu uso irrestrito pode criar uma “dívida cognitiva”, termo usado para descrever a perda de habilidades como pensamento crítico e criatividade. Com a IA cada vez mais presente em escolas e escritórios, o estudo reforça a necessidade de usá-la como apoio, não como substituta do esforço humano. Pesquisas futuras são necessárias para entender os efeitos a longo prazo, mas os dados já acendem um alerta para educadores e estudantes.

Fontes: Com informações de EdTech Innovation Hub, MIT Media Lab e arXiv.

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