Motor menor que um fio de cabelo: o menor motor do mundo revoluciona a engenharia
Engenheiros criam o menor motor do mundo, menor que um fio de cabelo, superando desafios da engenharia moderna com aplicação em medicina.
Engenheiros da Universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA, desenvolveram o menor motor do mundo, com apenas 200 nanômetros de diâmetro — menor que um fio de cabelo humano (cerca de 100 micrômetros). Publicado em 29 de maio de 2025 pela Click Petróleo e Gás, o feito supera um dos maiores desafios da engenharia moderna: criar dispositivos funcionais em escala nanométrica, com potencial para revolucionar áreas como medicina e tecnologia.
Como funciona o motor?
O motor nanométrico é um dispositivo piezoelétrico que converte energia elétrica em movimento mecânico. Ele opera por vibrações ultrarrápidas induzidas por campos elétricos, alcançando rotações de até 1 bilhão de RPM. Sua estrutura, composta por materiais como óxido de zinco, é fabricada com técnicas de litografia avançada, permitindo precisão atômica. Diferente de motores tradicionais, não depende de combustão ou magnetismo, mas de forças mecânicas em escala quântica.
Para entender de forma simples
Imagine um motor tão pequeno que cabe dentro de uma célula humana. Ele vibra como um minúsculo “baterista” quando recebe eletricidade, girando bilhões de vezes por minuto. É como um motor de carro, mas invisível a olho nu e projetado para tarefas microscópicas, como mover robôs dentro do corpo.
Desafios superados
Criar um motor tão pequeno exigiu:
- Miniaturização: Controlar materiais em escala nanométrica, onde forças como fricção e gravidade se comportam de forma diferente.
- Eficiência energética: Garantir que o motor funcione com mínima eletricidade, essencial para aplicações médicas.
- Fabricação: Desenvolver técnicas para construir peças menores que vírus, como o SARS-CoV-2 (100-200 nm).
O líder do projeto, Dr. Eric Tervo, destacou que o maior obstáculo foi integrar componentes funcionais sem perder desempenho, comparando o feito a “construir um relógio suíço com átomos”.
Aplicações potenciais
O motor, apelidado de NMB91, promete impacto em:
- Medicina: Nanorrobôs para entregar medicamentos em células cancerígenas ou realizar cirurgias não invasivas.
- Eletrônica: Componentes ultracompactos para dispositivos vestíveis ou sensores IoT.
- Pesquisa científica: Ferramentas para manipular moléculas em experimentos de química e biologia.
A equipe estima que protótipos médicos podem surgir em 5 a 10 anos, com testes clínicos em 2030.
Comparação com outros “menores motores”
Diferente do motor V8 Stinger 609 (35,5 cm, 9 cv) ou do Fiat TwinAir (875 cm³, 85-105 cv), que são “miniaturas” em escala macro, o NMB91 é genuinamente nanométrico. Comparado ao drone solar CoulombFly (4,2 g), também é muito menor, operando em dimensões celulares.
Perspectivas futuras
O NMB91 abre portas para a nanotecnologia, mas enfrenta desafios como escalabilidade e biossegurança. A equipe planeja integrar o motor em nanorrobôs autônomos até 2028, com financiamento da NSF (National Science Foundation). O feito reforça a liderança dos EUA em inovação nanométrica, rivalizando com avanços chineses, como o drone CoulombFly. Para o Brasil, a tecnologia pode inspirar investimentos em pesquisa, embora a aplicação local dependa de parcerias internacionais.
Com informações de Click Petróleo e Gás, Nature Nanotechnology e Universidade de Wisconsin-Madison.