O profeta da era digital: Há 30 anos, Stephen Hawking previu o domínio da IA em 2025 – e o futuro chegou
De empregos automatizados a riscos existenciais, as advertências do gênio da física se tornaram a nossa realidade, levantando a questão: estamos preparados para o mundo que ele anteviu?
Em 1995, em um mundo que ainda engatinhava na internet discada, a mente brilhante de Stephen Hawking viajou 30 anos no futuro. Durante uma participação no programa britânico “Tomorrow’s World”, o físico teórico fez uma série de previsões sobre como seria o ano de 2025, antecipando com uma precisão assustadora as transformações que a tecnologia, especialmente a Inteligência Artificial, imporia à humanidade. Hoje, vivendo no futuro que ele imaginou, suas palavras ecoam não como ficção científica, mas como a crônica de uma revolução anunciada.
A previsão central de Hawking era a ascensão de uma Inteligência Artificial autônoma, capaz de superar as capacidades humanas. Em 2025, isso deixou de ser uma hipótese para se tornar um fato cotidiano. Modelos de linguagem como o GPT-4 e seus sucessores não apenas auxiliam, mas superam humanos em tarefas complexas de tradução, programação e criação de conteúdo. A IA já toma decisões em áreas críticas como diagnósticos médicos e operações financeiras, confirmando a visão de Hawking de que as máquinas poderiam se reprojetar e evoluir em um ritmo exponencial, muitas vezes para além da nossa compreensão.
Um dos alertas mais contundentes do cientista era sobre o impacto da automação em massa no mercado de trabalho. Ele previu que a substituição de funções humanas por sistemas inteligentes forçaria uma reorganização radical da sociedade. Hoje, vemos essa previsão se concretizar em tempo real: milhões de empregos em atendimento, logística e até em áreas como o jornalismo e a advocacia estão sendo transformados ou eliminados. O debate global sobre a necessidade de uma renda básica universal é uma resposta direta a esse cenário que ele antecipou há três décadas.
Para quem não é da área, podemos simplificar alguns termos…
Hawking usou conceitos que hoje são centrais no debate sobre tecnologia. Uma “ameaça existencial”, no contexto da IA, não se refere a robôs com armas, mas a um risco que poderia levar à extinção da humanidade ou limitar drasticamente seu potencial, como uma IA superinteligente que otimiza o planeta para um objetivo que nos exclui. “Transparência algorítmica” é a exigência de que as empresas de tecnologia expliquem como suas IAs tomam decisões, para que não operem como “caixas-pretas” incontroláveis. Já as “interfaces neurais” são tecnologias futuristas que buscam conectar o cérebro humano diretamente a computadores.
O alerta final: a humanidade tratada “como formigas”
Mais do que uma ferramenta, Hawking via a IA como um potencial risco existencial. Em 2014, ele foi categórico à BBC: “O desenvolvimento da inteligência artificial total poderia significar o fim da raça humana”. Sua preocupação não era com uma rebelião de máquinas maliciosas, mas com algo mais sutil e talvez mais perigoso: uma IA super eficiente programada para atingir seus objetivos a qualquer custo, tratando os humanos como meros obstáculos. A analogia que ele usou é poderosa e aterrorizante: seríamos “tratados como formigas” são esmagadas durante a construção de uma grande obra, não por maldade, mas por simples indiferença.
Diante desse risco, ele não pregava o fim da pesquisa, mas sim a responsabilidade. Hawking defendia fervorosamente a criação de normas éticas e regulações internacionais para guiar o desenvolvimento da tecnologia. O debate intenso que vemos hoje em governos e na ONU sobre a limitação de armas autônomas e a garantia de transparência dos algoritmos é a materialização exata do chamado que ele fez anos atrás. Sua mente, aprisionada por uma doença degenerativa, viajou mais longe do que qualquer nave espacial, nos deixando um mapa dos desafios que encontraríamos.
Ao olharmos para 2025, percebemos que Stephen Hawking não foi um alarmista, mas um realista visionário. Ele nos deixou com a pergunta mais importante do nosso tempo: “A ascensão de uma IA poderosa será a melhor ou a pior coisa que já aconteceu à humanidade. Ainda não sabemos qual”. O futuro que ele previu chegou, e a responsabilidade de responder a essa pergunta, com sabedoria e humanidade, é inteiramente nossa.
Redação do Movimento PB
Redação do Movimento PB [NMG-OGO-05102025-F1G2H3-13P]