Operação Power OFFcom: PF e FBI Desmantelam Rede de ‘Mercenários Hackers’ que Atacava Órgãos Governamentais

Uma ação conjunta entre a Polícia Federal brasileira e o FBI (Federal Bureau of Investigation) dos Estados Unidos desferiu um duro golpe contra uma rede de criminosos digitais, popularmente conhecidos como “mercenários hackers”. A Operação Power OFFcom, deflagrada nesta quarta-feira, 3 de dezembro, visa desmantelar um esquema sofisticado que oferecia serviços de ciberataques sob demanda contra importantes instituições do governo federal brasileiro, incluindo o Exército e a própria Polícia Federal.
Alvos Estratégicos e Táticas de Ataque
As investigações revelaram que o grupo criminoso, ativo desde pelo menos 2018, tinha como alvo uma gama de entidades estatais. Entre as vítimas confirmadas estão o Centro Integrado de Telemática do Exército Brasileiro, a Polícia Federal, e as estatais de processamento de dados Serpro e Dataprev. Os ataques eram predominantemente do tipo DDoS (Distributed Denial of Service), uma tática que consiste em sobrecarregar servidores com um volume massivo de requisições de acesso, levando à interrupção dos serviços online.
A complexidade da operação criminosa residia na sua capacidade de oferecer esses serviços de forma acessível. Segundo a PF, a rede desenvolveu plataformas digitais que permitiam a qualquer usuário, mesmo sem conhecimentos técnicos avançados, contratar ciberataques. Essa estrutura era sustentada por uma infraestrutura global, utilizando agentes, computadores e serviços de hospedagem em nuvem espalhados por diversos países.
A Cooperação Internacional e os Próximos Passos
A Operação Power OFFcom não seria possível sem a colaboração internacional. O FBI desempenhou um papel crucial, fornecendo informações técnicas essenciais que subsidiaram as investigações da Polícia Federal no Brasil. Nesta fase inicial, os agentes cumpriram dois mandados de prisão temporária e quatro mandados de busca e apreensão. As ações ocorreram em São Paulo, São Caetano do Sul (SP), Rio de Janeiro e Tubarão (SC), visando tanto os administradores dos sites que comercializavam os ataques quanto os usuários que contratavam esses serviços ilegais.
Os envolvidos enfrentam sérias acusações. A lista de crimes investigados inclui associação criminosa e interrupção ou perturbação de serviço telemático ou de informação de utilidade pública. A ofensiva marca um importante passo no combate aos crimes cibernéticos, ressaltando a crescente necessidade de cooperação entre as forças de segurança globais para enfrentar ameaças que transcendem fronteiras digitais e físicas.
Da redação do Movimento PB.
