Parceria Científica Brasil China revela algo inédito sobre o Pterosaur chinês
Descoberta inédita fornece evidência direta de que algumas espécies antigas comiam plantas
Um fóssil excepcionalmente preservado do pterossauro Sinopterus atavismus, encontrado na Formação Jiufotang, no nordeste da China, trouxe a primeira evidência direta de herbivoria em répteis voadores. É a descoberta mais robusta até hoje sobre a alimentação desses antigos seres.
Conteúdo estomacal revela surpresa botânica
Pesquisadores descobriram que o estômago do espécime continha mais de 320 fitólitos — microestruturas derivadas de tecidos vegetais — e gastrolitos, pedras que ajudam a triturar plantas no sistema digestório. Isso representa a primeira confirmação de que alguns pterossauros se alimentavam de vegetais, e não de carne ou apenas peixes e insetos.
Debate antigo finalmente esclarecido
Embora numerosos estudos sugiram dietas carnívoras ou piscívoras, esta descoberta abre caminho para repensar a diversidade alimentar de pterossauros. Modelos anteriores baseados em forma do bico ou desgaste dentário indicavam várias possibilidades, mas faltava evidência direta.
Variedade alimentar e evolução ecológica
Analistas de microdesgaste dental aplicaram novos métodos a 17 gêneros de pterossauros e constataram que, ao longo de 120 milhões de anos, esses répteis voadores aumentaram sua amplitude dietética, consumindo invertebrados, peixes e, agora comprovadamente, plantas.
Contexto chinês e parceria científica
A colaboração entre pesquisadores chineses e brasileiros tem produzido descobertas notáveis, como novas espécies de pterossauros — incluindo o Darwinopterus camposi sp. nov., um fóssil que reforça questões sobre evolução e distribuição geográfica de diferentes linhagens.
Importância da preservação e preservos fósseis
Os fósseis da Formação de Jiufotang destacam-se por sua preservação tridimensional rara, com múltiplos espécimes de pterossauros, ovos e informações sobre o comportamento e ontogenia da espécie. Isso amplia significativamente o entendimento sobre seu modo de vida e evolução.
Nova peça no quebra‑cabeça do Mesozoico
Essa descoberta assume um papel simbólico na paleobiologia: mostra que essas criaturas voadoras não se limitavam ao reino animal”, mas exploravam ecossistemas vegetais e tinham estilos de vida mais amplos do que se imaginava. E indica que o debate sobre sua dieta — que perdurou décadas — está finalmente ganhando respostas concretas.
Com base em estudo publicado no Science Bulletin e apuração complementar reintegrada com dados da formação Jiufotang
[CPT-OAI-200725-1247-4oM]