Se Confirmadas, as “Novas” Estruturas Sob Gizé Podem Virar a História de Cabeça pra Baixo

Por Redação do Movimento PB

Atualizado em 21 de março de 2025 – 14:15 BRT

As Pirâmides de Gizé, símbolos eternos do Egito Antigo, guardam mais do que areia e mistério em suas entranhas.

As Pirâmides de Gizé, ícones milenares que resistem ao tempo e instigam a curiosidade humana, estão no epicentro de uma revelação que pode transformar nossa visão sobre o Egito Antigo — e quem sabe sobre os primórdios da civilização. Em 2025, uma equipe internacional, liderada por Corrado Malanga, da Universidade de Pisa, e Filippo Biondi, da Universidade de Strathclyde, trouxe à tona um segredo escondido sob o Planalto de Gizé.

A 648 metros de profundidade, eles mapearam um vasto sistema subterrâneo: um labirinto de dois quilômetros conectando as três pirâmides principais, repleto de cinco câmaras idênticas com cinco níveis cada, oito poços cilíndricos envoltos por caminhos espiralados e duas enormes câmaras cúbicas, cada uma com 80 metros de lado. “Não é algo que a natureza faria sozinha”, diz Malanga, com um tom que mistura assombro e prudência.

Synthetic Aperture Radar by IMSAR

Para chegar a essa descoberta, os pesquisadores recorreram a uma tecnologia inovadora: uma versão avançada do Radar de Abertura Sintética (SAR), que transforma sinais de radar em vibrações sonoras, permitindo “escutar” o que está sob a terra. Esse método se soma a outras ferramentas revolucionárias que vêm desvendando os mistérios de Gizé há anos. Desde 2015, o projeto Scan Pyramids utiliza detectores de múons — que captam partículas cósmicas para revelar vazios — e, em 2023, já havia identificado um corredor de 9 metros dentro da Grande Pirâmide de Khufu. Agora, radares de penetração no solo (GPR) apontaram uma estrutura em forma de “L” a apenas 2 metros de profundidade e indícios de uma câmara mais abaixo, entre 3 e 10 metros. “O ‘L’ é artificial, não há dúvidas”, afirma Motoyuki Sato, da Universidade de Tohoku, sugerindo que cada novo achado levanta mais perguntas do que respostas.

“Não eram apenas egípcios locais”

E as surpresas não se limitam às construções. Em março de 2025, o Daily Mail revelou a descoberta de esqueletos datados de 3000 a.C., 500 anos antes da cronologia tradicional das pirâmides. Encontrados em Gizé e na Núbia, ao sul do Egito, esses ossos contam uma história de esforço sobre-humano: vértebras desgastadas, articulações inflamadas e fraturas cicatrizadas indicam que esses indivíduos carregaram blocos de até 2,5 toneladas. “Não eram apenas egípcios locais”, observa a arqueóloga Sara Schrader. “A presença de nubianos sugere um esforço coletivo que cruzava fronteiras.” Para a osteologista Sarah Field, isso desafia a visão de uma força de trabalho homogênea e aponta para um projeto de escala multinacional.

A narrativa oficial diz que as pirâmides foram erguidas por volta de 2500 a.C. como tumbas faraônicas, mas essas revelações, junto aos enigmas embutidos em sua arquitetura — como o valor de Pi e a proporção áurea —, reacendem teorias que vão além do convencional. Nikola Tesla imaginava as pirâmides como captadoras de energia terrestre. Christopher Dunn as enxergava como usinas de vibrações. Joseph Farrell fala em “tecnologia perdida”. Será que os poços e câmaras subterrâneas faziam parte de um sistema funcional, talvez energético ou acústico, cuja finalidade ainda nos escapa?

A comunidade científica oscila entre entusiasmo e ceticismo. Zahi Hawass, um dos mais célebres egiptólogos do mundo, considera os achados “um marco histórico”, mas alerta: “Expandem nosso conhecimento, não validam fantasias.” Lawrence Conyers, da Universidade de Denver, questiona os limites do SAR: “Chegar a 648 metros é impressionante, mas precisamos de provas físicas.” O governo egípcio, guardião zeloso de sua história, ainda resiste a autorizar escavações profundas, o que frustra pesquisadores como Malanga. “Sem acesso direto, ficamos no campo das hipóteses”, lamenta ele.

Enquanto os cientistas debatem, o público se deixa levar pela imaginação. No Twitter, hashtags como #GizaSecrets explodem com milhões de menções, alimentando especulações que vão de “portais antigos” a “influência alienígena”. No Reddit, fóruns misturam arqueologia e conspiração em discussões acaloradas. “Parece coisa de filme”, diz Ana Lopes, professora de São Paulo que assistiu a um documentário sobre o tema com os filhos. “Mas quero saber o que é fato.”

Os cientistas descobriram um braço seco do rio Nilo que fluía perto de onde cerca de trinta pirâmides foram erguidas, o que pode ser uma explicação de como os materiais para a construção dos monumentos foram transportados.

Um braço extinto do Nilo

Um estudo geoarqueológico recente jogou luz sobre a logística por trás das pirâmides. Um braço extinto do Nilo, com 500 metros de largura, teria permitido o transporte de pedras há 4.500 anos. “Barcaças fluviais resolveram o quebra-cabeça”, explica Eman Ghoneim, da Universidade da Carolina do Norte. Esse detalhe conecta o esforço humano às condições naturais, mas não explica o que está embaixo.

Mais do que monumentos de pedra, as Pirâmides de Gizé se revelam um enigma em evolução. Dos ossos nubianos aos labirintos subterrâneos, cada descoberta reescreve o passado e acende a curiosidade global. A tensão entre ciência rigorosa e especulação audaciosa mantém o mundo atento, mas o próximo passo depende de mais evidências. Por ora, uma certeza emerge: o que achávamos que sabíamos sobre a história está apenas começando a ser desenterrado.

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