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“Vibe Coding” flopou? A IA na programação agora é coisa séria

“Vibe Coding” flopou? A IA na programação agora é coisa séria
Imagem criada por Inteligência Artificial a partir de prompt da redação.

A promessa era sedutora: usar inteligência artificial para gerar software com comandos simples, sem a necessidade de conhecimento técnico aprofundado. Batizada de “vibe coding” por Andrej Karpathy no início de 2025, essa prática viveu sua “lua de mel”, mas agora enfrenta um declínio em sua forma mais pura. A indústria está, rapidamente, trocando a intuição dos “prompts” por metodologias mais estruturadas e profissionais.

Por Que o “Vibe Coding” Puro Está Perdendo Força?

A euforia inicial do “vibe coding” esbarrou em desafios práticos que se mostraram insustentáveis a longo prazo. Quatro pontos principais explicam essa reviravolta:

  • A Barreira de Contexto (Context Wall): Ferramentas de IA mais simples frequentemente perdem a lógica geral de um projeto conforme ele cresce. O resultado? Códigos quebrados, impossíveis de serem corrigidos por quem não tem formação em desenvolvimento.
  • Dívida Técnica Massiva: Projetos construídos apenas na base da “vibe” carecem de documentação e arquitetura sólidas. Isso os torna praticamente “irrecuperáveis” quando os inevitáveis bugs começam a aparecer.
  • Fadiga de Performance: Usuários que foram seduzidos pela promessa de “construir com prompts” estão se frustrando. A realidade é que escalar aplicações complexas exige habilidades fundamentais de engenharia, algo que a IA, sozinha, não entrega.
  • Riscos de Segurança: Protótipos desenvolvidos com “vibe coding” muitas vezes chegam à produção sem as devidas revisões de segurança. Isso abre portas para vulnerabilidades críticas, com potenciais danos financeiros e reputacionais.

O Que Vem Por Aí?

O cenário está mudando rapidamente para abordagens mais robustas, focadas no “Model-Driven Development” e na “AI-Native Engineering”. O foco não é mais no prompt casual, mas na supervisão estruturada e inteligente:

  • Sistemas de Software AI-Nativos: A era dos “trechos de código” está sendo superada por agentes autônomos capazes de gerenciar repositórios inteiros. Contudo, ainda será essencial a figura de um “piloto” qualificado para definir as especificações e guiar o processo.
  • Transição para a Alfabetização em IA: A próxima geração de desenvolvedores precisará de uma nova forma de “alfabetização em IA”. Isso significa compreender APIs, variáveis de ambiente e estruturas de código para direcionar ferramentas mais poderosas, como o Claude Code, de forma eficaz.
  • Interação Serviço-a-Serviço: A necessidade de aplicativos estáticos pode diminuir à medida que agentes de IA pessoais começarem a se comunicar diretamente com agentes de IA do lado do servidor, potencialmente contornando as interfaces de usuário tradicionais.
  • Hibridização Profissional: Desenvolvedores já estão usando ferramentas como o Cursor não para substituir a programação, mas como um “programador par ao vivo” que contextualiza automaticamente sua base de código específica, aumentando a produtividade e a qualidade.

Em suma, a IA não vai eliminar a necessidade de engenheiros de software, mas sim redefinir suas ferramentas e habilidades. A era da programação “por feeling” está cedendo lugar a um futuro mais técnico e estratégico.

Da redação do Movimento PB.

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