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Cinema nacional ganha novo fôlego com edital do BNDES de R$ 15 milhões para 25 longas-metragens

Cinema nacional ganha novo fôlego com edital do BNDES de R$ 15 milhões para 25 longas-metragens

O cinema brasileiro, que tem conquistado cada vez mais espaço no cenário global, recebe um impulso significativo com o retorno do Edital de Cinema do BNDES após nove anos de interrupção. Lançado nesta sexta-feira, 26 de setembro de 2025, o programa destina R$ 15 milhões para patrocinar 25 produções de longa-metragem, com foco em pós-produção e comercialização. Cada projeto selecionado receberá R$ 600 mil, e as obras deverão ser exibidas em salas de cinema ou plataformas de streaming entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2026. Essa iniciativa, uma das maiores da história do banco, reforça o compromisso do governo federal com a economia criativa e a diversidade cultural do país.

Retomada de uma política histórica de apoio ao audiovisual

De 1995 a 2017, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) investiu mais de R$ 600 milhões em valores atualizados, resultando em mais de 400 produções audiovisuais. Filmes como Cidade de Deus, indicado ao Oscar em 2004, e O Menino e o Mundo, concorrente em 2016, foram beneficiados por esses recursos, elevando o Brasil a um patamar de excelência internacional. A interrupção ocorreu em 2016, durante gestões anteriores, mas o atual edital marca a retomada sob a liderança de Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, alinhado às diretrizes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fomentar a cultura nacional.

“Com a retomada deste edital, o BNDES reafirma sua confiança no cinema nacional e na força da economia criativa. Agora, com um dos maiores editais da história, reforçamos esse compromisso, cumprindo uma diretriz do Governo Federal de fomentar a cultura brasileira”, declarou Mercadante. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, complementou: “O audiovisual brasileiro é uma das expressões mais potentes da nossa cultura e, também, um setor estratégico da economia criativa. A volta deste edital do BNDES representa um estímulo fundamental para a diversidade de narrativas, a geração de empregos e a projeção internacional da nossa produção”.

Categorias priorizadas: de ficção comercial a obras premiadas

O edital é segmentado em cinco categorias para atender à pluralidade do setor: ficção comercial, que visa retorno financeiro sem comprometer a qualidade artística; ficção autoral, com ênfase no reconhecimento técnico e artístico em circuitos especializados; documentário, para narrativas factuais que exploram temas sociais e históricos; animação, incentivando a inovação técnica e criativa; e produções selecionadas em festivais internacionais, com o objetivo de ampliar a presença brasileira em premiações globais. Essa estrutura garante equilíbrio entre acessibilidade ao público amplo e excelência artística, promovendo tanto o entretenimento quanto a reflexão crítica.

As inscrições estão abertas até 27 de outubro de 2025, via site oficial do BNDES. Propostas devem demonstrar viabilidade econômica e cultural, com planos detalhados de distribuição. Além do edital, o banco mantém uma linha de crédito em parceria com a Agência Nacional do Cinema (Ancine) e o Ministério da Cultura, utilizando recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Em 2025, por exemplo, a Conspiração Filmes obteve R$ 32 milhões dessa linha após o sucesso de Ainda Estou Aqui.

Contexto de visibilidade global e impacto econômico

A iniciativa chega em um momento propício, impulsionado pela vitória de Ainda Estou Aqui no Oscar de Melhor Filme Internacional em março de 2025 – a primeira estatueta brasileira nessa categoria, após mais de 20 indicações históricas. O filme, dirigido por Walter Salles e coproduzido pela Conspiração, acumulou prêmios em Cannes e Veneza, destacando narrativas periféricas e sociais que ressoam mundialmente. Esse sucesso não é isolado: em 2024, produções como Deserto Particular e Medusa ganharam destaque em festivais europeus, consolidando o Brasil como potência cinematográfica emergente.

Um investimento na diversidade e na soberania cultural

O retorno do edital do BNDES transcende o financeiro: ele simboliza uma aposta na soberania cultural brasileira em tempos de globalização digital. Plataformas de streaming, que dominam 70% do consumo audiovisual no país, demandam conteúdo local para algoritmos inclusivos, e o apoio à comercialização garante que produções nacionais alcancem plateias diversificadas. Para cineastas independentes, especialmente de minorias étnicas e regionais, esses R$ 600 mil por projeto representam uma ponte para a finalização e distribuição, reduzindo barreiras históricas de acesso a recursos.

Enquanto o mundo assiste a um renascimento do cinema latino-americano – com Argentina e México também expandindo editais –, o Brasil se posiciona como líder, graças a políticas que valorizam a criatividade como motor econômico. O edital não é mero subsídio, mas um investimento em narrativas que constroem identidade, fomentam empregos qualificados e projetam o país além das telas. Com inscrições até outubro, o prazo é uma oportunidade para que o cinema brasileiro continue a brilhar, transformando histórias locais em legados universais e reafirmando que a cultura é o coração pulsante de uma nação soberana.


“O audiovisual brasileiro é uma das expressões mais potentes da nossa cultura e, também, um setor estratégico da economia criativa. A volta deste edital do BNDES representa um estímulo fundamental para a diversidade de narrativas, a geração de empregos e a projeção internacional da nossa produção.” – Margareth Menezes, ministra da Cultura


Da redação com informações de Agência BNDES de Notícias [GRK-XAI-28092025-2330-V1G]


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