Gilberto Gil é alvo de protestos e desinformação no WhatsApp, que ligam patrocínio dos Correios à turnê “Tempo Rei” ao tratamento de Preta Gil.
Protestos Contra Patrocínio em Meio à Crise
Gilberto Gil, ícone da música brasileira, enfrenta uma onda de protestos devido ao patrocínio de R$ 4 milhões dos Correios à sua turnê “Tempo Rei”, iniciada em março de 2025. A estatal, que enfrenta prejuízos de R$ 2,2 bilhões e problemas como atrasos no FGTS e suspensão do plano de saúde de funcionários, gerou indignação entre servidores, que questionam a prioridade do investimento em um momento de crise financeira.
Fake News Amplificam Controvérsia
Entre 7 e 9 de abril de 2025, uma campanha de desinformação tomou conta de grupos de WhatsApp e Telegram, com mensagens e vídeos alegando, sem provas, que o patrocínio financiava o tratamento de Preta Gil, filha do cantor, nos Estados Unidos. Monitoramento da Palver identificou um aumento de 1.400% nas menções, com conteúdos disseminados por canais ligados à extrema direita. As mensagens também conectavam Preta a supostos esquemas políticos globais, carecendo de qualquer evidência.
Negação das Acusações
Preta Gil, que trata um câncer colorretal, financia seu tratamento nos EUA com recursos próprios, buscando terapias avançadas indisponíveis no Brasil, como confirmado por ela em entrevistas. Não há qualquer ligação entre o patrocínio dos Correios e suas despesas médicas. O patrocínio à turnê, prática comum no marketing cultural, visa reposicionar a marca dos Correios, mas a escolha gerou críticas em um contexto de dificuldades financeiras da estatal.
Falta de Cautela ou Apoio Progressista?
A decisão dos Correios levanta questionamentos. Por um lado, pode refletir falta de cautela, ignorando a crise e as demandas dos funcionários. Por outro, pode indicar um apoio ao pensamento progressista, valorizando a cultura por meio de uma figura como Gil, conhecido por suas posições democráticas. A controvérsia evidencia a polarização política e a necessidade de combater fake news, que distorcem debates públicos.
Com informações de Felipe Bailez e Luis Fakhouri, Folha de S.Paulo