Oscar: a sátira de Conan O’Brien sobre o novo paradigma do audiovisual

Conan O’Brien apresenta a invenção “CinemaStreams”, brincando com a transição do cinema tradicional para a era do streaming, piada que pode escapar ao público brasileiro.

Durante a recente cerimônia do Oscar, o apresentador Conan O’Brien aproveitou seu monólogo para lançar uma sátira sobre a transformação dos hábitos de consumo audiovisual. Em meio às piadas que também alfinetavam as frequentes alterações de preços da Netflix, O’Brien apresentou o conceito inusitado de CinemaStreams – descrito como “um edifício dedicado ao streaming de filmes”.

No contexto da transmissão, o apresentador brincou com a ideia de que, enquanto a maioria dos millennials já está acostumada a assistir a filmes em seus dispositivos pessoais, a noção de um espaço físico exclusivo para streaming pode parecer absurda. Durante o segmento, um dos personagens questiona: “Como é que se segura isso?”, ao que Conan responde, de forma bem-humorada, “O edifício segura”, fazendo alusão ao fato de que o próprio espaço é quem “contempla” a exibição.

Além de ironizar a convergência entre cinema tradicional e serviços de streaming, o skit também ressaltou a predominância de paródias envolvendo grandes players do mercado audiovisual. O conceito de CinemaStreams foi apresentado como uma marca registrada de Conan O’Brien, firmada em parceria com entidades inesperadas – citadas como a Sackler e o Reino da Arábia Saudita – numa clara referência às complexas relações entre cultura, indústria e interesses corporativos.

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A sátira alcançou um novo nível de humor com a aparição de um breve cameo do renomado diretor Martin Scorsese, que, com um sorriso discreto, convidou o público a dizer: “Diga que o Marty te enviou”. Ainda que a intervenção tenha acrescentado um toque de prestígio à piada, a menção de que a versão original do comercial tinha “seis horas e era muito violenta” serviu para reforçar o caráter irônico da apresentação.

Contudo, é possível que parte do público brasileiro não tenha captado todas as nuances da piada. A sátira de O’Brien trabalha com referências culturais específicas do cenário norte-americano – como a crítica às práticas das plataformas de streaming e as peculiaridades do mercado de entretenimento dos EUA –, que podem não ser imediatamente familiares aos espectadores no Brasil. A complexa mistura de humor, crítica social e comentários sobre a transformação do cinema tradicional em meio à era digital exige um certo contexto para ser plenamente apreciada.

Em resumo, o segmento CinemaStreams ilustra a habilidade de Conan O’Brien em utilizar o humor para abordar temas atuais e controversos, desafiando o público a refletir sobre as mudanças no consumo cultural, mesmo que a piada exija uma interpretação mais aprofundada por parte de alguns espectadores.

Artigo escrito com informações de Vulture.com

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