A “Bolsa Futuro” do Vale do Silício: bilionários defendem Renda Básica Universal financiada pela IA
Elon Musk, Sam Altman e outros titãs da tecnologia propõem redistribuir riqueza da inteligência artificial, mas críticos alertam para riscos de controle social e concentração de poder
Da redação do Movimento PB
No Brasil, programas como o Bolsa Família mudaram a realidade de milhões ao garantir renda mínima às famílias em situação de vulnerabilidade. No Vale do Silício, a ideia de uma “Bolsa Futuro” começa a ganhar corpo: uma Renda Básica Universal financiada pelos lucros da inteligência artificial, não mais pelo orçamento público. A analogia ajuda a entender o debate — ambos os modelos propõem uma rede de proteção social, mas no caso dos bilionários da tecnologia, o dinheiro viria da automação em escala global.
De utopia socialista a projeto dos bilionários
Antes vista como uma bandeira de movimentos progressistas, a RBU passou a ser defendida por empresários do Vale do Silício. Musk fala em um “futuro Star Trek” de abundância, enquanto Altman propõe até a distribuição de tokens de IA como forma de riqueza universal. Para eles, a IA substituirá não apenas empregos manuais, mas também funções administrativas e intelectuais.
O argumento central: se a IA reduzir custos e aumentar receitas de forma massiva, parte desse valor poderia ser devolvido à população em forma de renda direta.
O outro lado da moeda: dependência e controle
Críticos levantam preocupações profundas. O economista David Autor, do MIT, classificou a ideia como uma “terra da fantasia política”, apontando riscos de concentração de poder em poucas empresas que controlariam os fluxos de riqueza. Já o investidor Marc Andreessen argumenta que o ser humano precisa do trabalho para dar sentido à vida — e que a RBU poderia fomentar passividade social.
Além disso, surge a questão: quem controlaria a distribuição dessa renda? Muitos temem que, sob o discurso da justiça social, o sistema crie uma dependência populacional de um Estado hipertrofiado ou de uma casta de tecnocratas e grandes corporações que centralizariam a riqueza gerada pela IA.
O risco da tecnocracia global
Se a RBU for financiada por tecnologias controladas por poucos conglomerados, poderia consolidar um modelo em que cidadãos dependem integralmente de pagamentos decididos por elites político-empresariais. Na prática, isso significaria a substituição do trabalho como meio de autonomia pela submissão a um sistema de créditos digitais ou tokens, potencialmente rastreáveis e condicionados a regras impostas de cima para baixo.
Essa perspectiva remete a debates sobre controle da vida das pessoas pelo Estado, vigilância em larga escala e o fortalecimento de uma elite tecnocrática que decide quem recebe, quanto recebe e em quais condições. Para alguns analistas, a promessa de abundância pode se transformar em um mecanismo de poder e conformidade social.
Um futuro em disputa
Enquanto bilionários do Vale do Silício defendem a RBU como caminho para a prosperidade universal, críticos lembram que o debate não é apenas econômico, mas também político e filosófico. A grande questão é: a IA criará uma sociedade mais livre e próspera ou um sistema de dependência administrado por uma minoria poderosa?
Da redação com informações de várias fontes inclusive do InvestNews
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