Agricultura Americana Enfrenta Crise com Redução de Exportações para a China
A guerra comercial entre Estados Unidos e China, intensificada desde 2018, trouxe desafios significativos para agricultores americanos, com uma queda drástica nas exportações para o mercado chinês em maio de 2025. A China, antes um dos principais compradores de produtos agrícolas dos EUA, como soja e carne suína, está diversificando seus fornecedores, buscando alternativas em países como Brasil e Austrália. Analistas apontam que o comércio agrícola entre os dois países pode nunca se recuperar completamente.
Impacto da Guerra Comercial
As tarifas impostas pelos EUA, especialmente após o anúncio de “Dia da Libertação” em abril de 2025, levaram a China a retaliar com tarifas de até 34% sobre produtos americanos. Como resultado, as exportações de itens como milho, trigo e feno caíram, enquanto as vendas de carne suína despencaram. “A China está comprando de outros países, e isso está matando nossos agricultores”, lamentou um produtor de Iowa. A China, por sua vez, acusa os EUA de práticas comerciais desleais, enquanto os americanos alegam que Pequim restringe o acesso ao seu mercado.
Resposta Chinesa e Novas Parcerias
Para reduzir a dependência dos EUA, a China tem fortalecido laços com nações da ASEAN, África e América Latina. Um exemplo é o aumento das importações de soja brasileira, que já supera as compras americanas. Além disso, a China expandiu seu sistema de pagamento em yuan, atraindo bancos de países como África do Sul e Quirguistão, como forma de se proteger contra possíveis sanções americanas. “A China está construindo uma rede comercial alternativa”, disse um analista econômico.
Consequências para os EUA
A queda nas exportações gerou perdas significativas para os agricultores americanos, com cancelamentos de pedidos e demissões no setor. Um relatório da Capital Economics estima que as tarifas podem custar até 6 milhões de empregos urbanos na China, mas o impacto nos EUA é igualmente grave, com fazendas fechando e preços sob pressão. Apesar de uma trégua de 90 dias anunciada em abril, produtores temem que a instabilidade retorne, dificultando a recuperação.
Perspectivas para o Futuro
Negociações em Londres entre autoridades americanas e chinesas resultaram em um acordo preliminar para aliviar restrições a exportações tecnológicas, mas o setor agrícola permanece vulnerável. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) prevê que as barreiras comerciais continuarão a limitar o crescimento global, com os EUA e a China entre os mais afetados. Para os agricultores americanos, o futuro depende de novos mercados ou de um acordo duradouro com a China, algo incerto em meio às tensões geopolíticas.
Redação Movimento PB com informações de South China Morning Post.