Alckmin rebate EUA, defende Pix e diz que Brasil dará explicações sobre tarifas
Vice-presidente nega práticas comerciais desleais e afirma que o país é exemplo em sustentabilidade e inovação
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), respondeu nesta quarta-feira (16) às acusações feitas pelos Estados Unidos, que anunciaram a abertura de uma investigação sobre práticas comerciais brasileiras. Segundo o governo norte-americano, o Brasil estaria adotando medidas consideradas desleais, entre elas o incentivo ao uso do Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central.
“Nós vamos explicar isso aí, não tem nenhum problema”, declarou Alckmin, minimizando a gravidade da iniciativa do Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), que abriu o processo na terça-feira (15).
Pix na mira dos norte-americanos
Um dos pontos centrais da denúncia americana é o suposto favorecimento do Brasil a serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo, com destaque para o Pix. Alckmin, no entanto, saiu em defesa da plataforma: “O Pix é um modelo e um sucesso”, disse, destacando sua eficiência, inclusão financeira e baixo custo.
A crítica dos EUA ocorre no contexto das tensões comerciais reacendidas com a gestão de Donald Trump, que já anunciou a intenção de aplicar tarifas de até 25% sobre produtos brasileiros, acusando o país de práticas que “prejudicam empresas americanas”.
Brasil apresenta credenciais ambientais e de inovação
Alckmin também aproveitou para destacar os avanços do Brasil em áreas como meio ambiente e propriedade intelectual, ambos temas mencionados pela Casa Branca. “O desmatamento está em queda, e o Brasil é hoje um exemplo para o mundo. Fomos um dos primeiros a ter mercado regulado de carbono. Nossa energia elétrica é 85% renovável — o mundo não tem isso”, afirmou o vice-presidente.
Sobre a proteção da propriedade intelectual, outro ponto criticado pelos americanos, Alckmin afirmou que o Brasil já fez sua parte. “Antes levava sete anos para registrar, agora conseguimos reduzir para quatro.”
Governo monta estratégia de resposta
A fala de Alckmin ocorre no contexto de uma reunião do comitê interministerial criado pelo governo federal para formular a resposta oficial do Brasil às tarifas e à investigação americana. A equipe também articula reuniões com empresas norte-americanas para defender os interesses nacionais e negociar alternativas.
Com a retórica dos EUA ganhando força e as eleições presidenciais americanas se aproximando, o Brasil busca equilibrar diplomacia e firmeza para evitar prejuízos às exportações e à imagem internacional do país como parceiro confiável e sustentável.
Com informações da CNN Brasil [CBT-NNA-20250717-2156-CNN]