Economia

Brasil Registra Menores Índices de Pobreza em uma Década, Aponta IBGE

Brasil Registra Menores Índices de Pobreza em uma Década, Aponta IBGE

Dados de 2023 mostram que 8,7 milhões saíram da pobreza, com extrema pobreza em 4,4%, menor patamar desde 2012. Geração de empregos formais impulsiona resultados.

O Brasil alcançou em 2023 os menores índices de pobreza e extrema pobreza desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2012. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2024, divulgada nesta segunda-feira (10), 8,7 milhões de pessoas deixaram a faixa da pobreza em um ano, reduzindo o total de brasileiros com renda per capita abaixo de R$ 665 mensais de 67,7 milhões (31,6% da população) para 59 milhões (27,4%). Na extrema pobreza, o contingente caiu de 12,6 milhões (5,9%) para 9,5 milhões (4,4%) — menor percentual já registrado.

Papel do Bolsa Família e Proteção Social

O programa Bolsa Família, reformulado em março de 2023, foi decisivo para os resultados. Sem o auxílio, a extrema pobreza atingiria 11,2% da população, e a pobreza saltaria para 32,4%, conforme o IBGE. O novo modelo garante um piso de R$ 600 por família, complementado por benefícios adicionais: R$ 150 para crianças de 0 a 6 anos, R$ 50 para menores de 18 anos, gestantes e lactantes, além de R$ 142 por integrante do núcleo familiar.

Geração de Empregos e Inclusão

A formalização no mercado de trabalho também contribuiu para a redução das desigualdades. Entre janeiro de 2023 e outubro de 2024, foram criados 3,5 milhões de empregos com carteira assinada, segundo o Novo Caged. Só em 2024, mais de 2 milhões de vagas foram abertas, sendo 70% ocupadas por cadastrados no CadÚnico — público prioritário do programa Acredita no Primeiro Passo. Com isso, o país atingiu o maior estoque de trabalhadores formais da história: 47,63 milhões.

Contexto Histórico e Desafios

Os números marcam uma reversão na tendência de alta da pobreza observada em anos anteriores, impulsionada pela retomada de políticas sociais e pelo aquecimento do mercado de trabalho. Especialistas destacam, porém, a necessidade de sustentar essas políticas diante de desafios econômicos globais. “A combinação entre transferência de renda e geração de emprego é vital para consolidar avanços”, afirmou um economista do IBGE, sob condição de anonimato.

Texto adaptado de dados do IBGE e revisado pela nossa redação.