Brasil Tem 1,6 Milhão de Pessoas em Trabalho Análogo à Escravidão

Estudo aponta que 1,6 milhão de brasileiros vivem em condições de trabalho análogo à escravidão, com destaque para áreas rurais.

Dados Alarmantes

Um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado em 26 de maio de 2025, estima que 1,6 milhão de pessoas no Brasil estão em condições de trabalho análogo à escravidão. Publicado pela BBC News Brasil, o estudo destaca que a prática persiste em áreas rurais, como fazendas de gado e plantações, e em setores urbanos, como construção civil e confecções.

Características do Problema

O trabalho análogo à escravidão envolve jornadas exaustivas, condições degradantes, servidão por dívida e restrição de liberdade. Segundo a OIT, 80% dos casos ocorrem no campo, especialmente na Amazônia Legal, onde trabalhadores são aliciados com promessas falsas e presos por dívidas. Na cidade, imigrantes e pessoas em situação de rua são os mais vulneráveis, conforme o Ministério Público do Trabalho (MPT).

Ações do Governo

O Brasil intensificou fiscalizações desde 2023, com 3.160 trabalhadores resgatados em 2024, segundo o Ministério do Trabalho. A Força-Tarefa Amazônia, criada em 2024, libertou 400 pessoas em fazendas do Pará e Mato Grosso. Apesar disso, a OIT alerta que a subnotificação é alta, e punições a empregadores seguem limitadas, com apenas 10% dos casos resultando em condenações.

Impactos Sociais

A prática afeta desproporcionalmente negros, indígenas e migrantes, perpetuando desigualdades. Um caso emblemático envolveu 20 bolivianos resgatados em oficinas de costura em São Paulo, trabalhando 16 horas diárias. A OIT estima que o trabalho escravo movimenta R$ 10 bilhões anuais no Brasil, enriquecendo empregadores enquanto viola direitos humanos.

Caminhos para Solução

A OIT recomenda fortalecer fiscalizações, aumentar penas e criar programas de reinserção para vítimas. O MPT defende a aprovação de leis que confisquem propriedades usadas para trabalho escravo. Organizações como a Conatrae cobram mais recursos para políticas públicas, visando erradicar a prática até 2030, meta alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Com informações de BBC News Brasil, G1, MPT

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