Economia

China firma compromisso para comprar carne bovina brasileira livre de desmatamento

Em um passo inédito para a sustentabilidade global, uma das principais associações de importadores de carne bovina da China anunciou que passará a adquirir apenas carne do Brasil comprovadamente livre de desmatamento. A informação foi divulgada nesta terça-feira (21) pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora).

Compromisso histórico entre Brasil e China

Segundo o comunicado do Imaflora, o acordo representa um marco nas relações comerciais sino-brasileiras e fortalece os compromissos ambientais assumidos por ambos os países. A associação chinesa, que responde por uma parcela significativa das importações de carne bovina do país asiático, assumiu o compromisso de adquirir apenas produtos rastreáveis e provenientes de cadeias produtivas sem desmatamento — legal ou ilegal.

O movimento é visto como uma resposta à crescente pressão internacional por práticas agropecuárias mais sustentáveis. O Brasil é atualmente o maior exportador de carne bovina do mundo, e a China é seu principal mercado consumidor, com mais de 50% das exportações destinadas ao país asiático.

Impactos na pecuária brasileira

Para o setor produtivo nacional, a decisão chinesa pode acelerar a adoção de mecanismos de rastreabilidade ambiental, reforçando a transparência sobre a origem da carne brasileira. Segundo especialistas do Imaflora, o compromisso poderá estimular frigoríficos e pecuaristas a aderirem a sistemas de monitoramento territorial, reduzindo a pressão sobre biomas como a Amazônia e o Cerrado.

“Essa sinalização do mercado internacional é um divisor de águas. A rastreabilidade ambiental deixa de ser diferencial e passa a ser requisito de competitividade”, destacou a entidade em nota. O instituto ressaltou ainda que o Brasil já possui iniciativas consolidadas de controle e certificação ambiental, mas a ampliação da demanda externa tende a fortalecer as boas práticas em toda a cadeia.

Contexto global e transição verde

A decisão se alinha às metas de neutralidade de carbono da China, que busca reduzir emissões e promover cadeias de suprimento mais sustentáveis até 2060. Para o Brasil, o movimento reforça o papel estratégico do agronegócio nacional na transição ecológica global, desde que acompanhado por políticas públicas eficazes de combate ao desmatamento e incentivo à produção sustentável.

Autoridades brasileiras e entidades do setor devem se reunir nas próximas semanas para detalhar os critérios técnicos e os mecanismos de verificação que garantirão o cumprimento do compromisso firmado.

Com informações da CNN Brasil, Reuters e Imaflora.

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