China ignora críticas e pede ‘fim do protecionismo’

Li Qiang defende livre comércio após superávit recorde
O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, fez um apelo aos parceiros comerciais para que resistam ao crescente protecionismo global. A declaração vem logo após a China anunciar um superávit comercial recorde de US$1 trilhão, impulsionado por um aumento nas exportações para mercados fora dos Estados Unidos.
Pequim enfrenta tensões com parceiros que cobram reformas em sua economia de US$19 trilhões, buscando reduzir a dependência excessiva das exportações para sustentar o crescimento. Li Qiang incentivou líderes do FMI, Banco Mundial e OMC a fortalecer a governança global, em resposta ao aumento de tarifas sobre produtos importados, inclusive da China.
“Desde o início do ano, a ameaça das tarifas paira sobre a economia global, com várias restrições comerciais proliferando e impactando severamente a atividade econômica global”, afirmou Li durante o “Diálogo 1+10” em Pequim, que contou com a participação de autoridades da OCDE e da Organização Internacional do Trabalho.
O premiê chinês enfatizou que as consequências das tarifas são mutuamente destrutivas, e que os apelos para defender o livre comércio estão se intensificando.
Analistas apontam contradição
Analistas concordam que o superávit comercial da China e sua resistência em abandonar um modelo econômico focado na exportação alimentam o aumento das tarifas em todo o mundo. No entanto, observam poucos incentivos para Pequim mudar sua estratégia, apesar da crescente pressão internacional.
Li Qiang declarou que a demanda do mercado chinês será liberada em um ritmo mais rápido nos próximos cinco anos. Enquanto isso, a paciência dos líderes mundiais parece estar se esgotando. O presidente francês, Emmanuel Macron, revelou ter ameaçado a China com tarifas durante sua recente visita de Estado, coincidindo com a apresentação de planos da Comissão Europeia para aumentar a resiliência da Europa a ameaças como a escassez de terras raras e importações a preços de dumping.
Da redação do Movimento PB.
