Por Redação do Movimento PB
Enquanto o Pix ganha cada vez mais espaço, milhões de brasileiros ainda confiam no dinheiro vivo para as compras do dia a dia.
No Brasil, os pagamentos digitais estão dominando. Segundo a Febraban, o Pix se tornou o método mais popular: em 2019, as cédulas eram usadas em 48% das transações, mas esse número caiu para 22% em 2023 – e a previsão é que, até 2027, o uso de dinheiro físico caia para apenas 12%. Mesmo com essa transformação, a realidade é diferente para boa parte da população.
Para as classes D e E, que representam 52,5% dos brasileiros, o dinheiro em espécie ainda é essencial. Estudos mostram que 65% das pessoas desses grupos dependem das cédulas para suas transações diárias. Essa dependência contrasta com projetos de lei – como o de 2016, proposto pelo deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP) –, que sugerem o fim da circulação de moeda física e a adoção exclusiva de pagamentos digitais.
O professor Luciano Nakabashi, da USP, ressalta: “O Pix é mais prático, o que explica sua popularidade, mas não faz sentido eliminar as cédulas enquanto muitas pessoas ainda não têm acesso a contas bancárias”. Ele destaca também a importância de respeitar o direito à privacidade – afinal, nem todo mundo quer ter suas transações rastreadas, e muitos vivem em áreas com acesso limitado à internet.
O debate sobre o fim do dinheiro físico vai além da tecnologia. Trata-se de encontrar um equilíbrio entre modernizar os pagamentos e garantir que ninguém seja deixado de fora. Enquanto os avanços digitais oferecem rapidez e eficiência, é fundamental assegurar que as pessoas que dependem do dinheiro em espécie continuem tendo suas necessidades atendidas.
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Por Redação do Movimento PB com informações do Jornal da USP