Estados e municípios podem perder quase R$ 2 bilhões com liquidação do Banco Master
O Banco Central decretou em 18 de novembro de 2025 a liquidação extrajudicial do Banco Master, em meio a uma grave crise de liquidez e denúncias de graves violações às normas do sistema financeiro. A medida trouxe à tona a exposição de regimes próprios de previdência social (RPPS) de estados e municípios, que podem sofrer perdas significativas, totalizando cerca de R$ 1,86 bilhão investidos por 18 entes federativos.
Exposição dos RPPS e impacto financeiro
Os regimes de previdência de estados e municípios aplicaram valores expressivos em letras financeiras emitidas pelo Banco Master, demonstrando um risco elevado diante do cenário atual. Desta quantia, quase metade — aproximadamente R$ 970 milhões — está concentrada na previdência do Rio de Janeiro, responsável pela gestão dos pagamentos de aposentadorias e pensões dos servidores estaduais.
O Ministério da Previdência Social divulgou esses dados, que reforçam a complexidade da situação envolvendo o Master. As autoridades ressaltam que esses valores estão sujeitos a prejuízos diante da falta de liquidez da instituição.
Patrimônio e ativos do Banco Master
Segundo dados atualizados em março de 2025, o Banco Master possuía um patrimônio líquido de R$ 3,214 bilhões, com ativos totais avaliados em R$ 86,4 bilhões e passivos de R$ 83,2 bilhões. Apesar disso, a crise financeira e irregularidades identificadas levaram o Banco Central a intervir de forma definitiva.
Medidas e investigações em curso
Paralelamente à liquidação, a Polícia Federal cumpriu uma série de mandados relacionados ao caso, incluindo cinco prisões preventivas e dois temporárias, além de 25 busca e apreensão, abrangendo os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e o Distrito Federal.
Foram bloqueados valores que somam R$ 12,2 bilhões em contas vinculadas ao banco, e apreendidos bens de alto valor como carros de luxo, obras de arte e relógios. Essas ações fazem parte das investigações que buscam identificar responsáveis e esclarecer as irregularidades cometidas pela instituição.
Resgate histórico e futuras implicações
O caso do Banco Master representa o maior resgate da história do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), estimado em cerca de R$ 41 bilhões, o que evidencia a magnitude do impacto no sistema financeiro nacional. Instituições bancárias têm notificado clientes com ativos vinculados ao banco sobre procedimentos e prazos para resgate desses valores.
Especialistas alertam que o episódio pode gerar precedentes para a supervisão dos investimentos realizados por fundos públicos e regimes previdenciários, indicando a necessidade de maior cautela e transparência na aplicação de recursos públicos, especialmente em contextos de vulnerabilidade financeira.
Desdobramentos no cenário econômico e político
O episódio traz à tona debates sobre a governança dos regimes próprios de previdência no Brasil, que concentram recursos relevantes e demandam controles mais rigorosos para evitar impactos em servidores públicos e nas finanças estaduais e municipais.
Além disso, o caso do Banco Master repercute em um momento de atenção reforçada sobre o setor financeiro, tanto do ponto de vista regulatório quanto da participação dos entes federados em operações que possam comprometer patrimônio público.
As autoridades seguem acompanhando a situação de perto, buscando garantir a proteção dos direitos dos servidores e a estabilidade do sistema previdenciário afetado.
[Da redação do Movimento PB]
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