EUA impõem taxa de 93,5% sobre importações de grafite da China
Tarifa antidumping visa proteger mercado americano de baterias
O Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou nesta quinta‑feira, 17 de julho de 2025, a imposição de uma *tarifa antidumping de 93,5%* sobre as importações de grafite da China — matéria‑prima essencial para a produção de mais de 60% das baterias de íon‑lítio usadas em celulares, notebooks e carros elétricos nos EUA . Combinada às tarifas já vigentes — Seção 301 de 25%, tarifa retaliatória de 30% e taxas compensatórias de até 11,55% a 721% —, a carga total chega a impressionantes *160%*
O grafite é estratégico para garantir segurança energética e autonomia tecnológica nos EUA, especialmente diante da transição global para veículos elétricos.
Contexto: dumping e subsídios
A decisão foi motivada por uma investigação que constatou que empresas chinesas estavam vendendo grafite nos EUA abaixo do valor de mercado, com apoio de subsídios do governo chinês. Essas práticas prejudicaram os fabricantes americanos, que solicitaram medidas antidumping ainda em dezembro de 2024.
A resposta tarifária reflete uma escalada protecionista tradicional, onde os EUA buscam resguardar a indústria doméstica, adotando medidas severas em setores considerados críticos.
Impactos econômicos e na cadeia global
- Aumento de custos para fabricantes de baterias: estimativas apontam que os encargos extra podem adicionar até US$ 7 por kWh, reduzindo margens e pressionando preços finais 4.
- Incentivo à produção nacional de grafite: investimentos privados, como o da Westwater Resources no Alabama, podem ganhar fôlego, embora ainda precisem superar desafios de escala e qualidade.
- Tensão na cadeia de baterias globais: fabricantes como Tesla e Panasonic manifestaram preocupações, já que dependem fortemente do grafite chinês, responsável por cerca de dois terços das importações nos EUA.
Análise crítica: protecionismo x integração global
A tarifa de 160% simboliza um protecionismo agressivo que pode ter efeitos colaterais severos. Por um lado, favorece os produtores domésticos; por outro, eleva o custo de produtos finais, impactando consumidores e indústrias.
O governo brasileiro deve estar atento a esse tipo de movimento nos EUA, considerando sua dependência internacional de tecnologias baseadas em grafite e seu interesse em inserção global com desindustrialização mínima.
Possíveis alternativas diplomáticas e produtivas
- Investir em produção nacional de grafite e anodos, reduzindo vulnerabilidade externa.
- Buscar parcerias comerciais com outros blocos, como a União Europeia e Ásia, para criar provimentos alternativos.
- Adotar políticas que incentivem a cadeia de baterias, com linhas de crédito e inovação tecnológica no Nordeste.
A imposição de tarifas sobre grafite chinês pelos EUA representa mais um capítulo da guerra comercial iniciada por Trump. Com reflexos econômicos, tecnológicos e geopolíticos, exige do Brasil respostas estratégicas que considerem a soberania produtiva e a reinserção global com protagonismo.
Redação do Movimento PB [PTG-OAI-17072025-2542-4OT]
Descubra mais sobre Movimento PB
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.