Índice de Qualidade do Pix do Banco Central se torna termômetro para fintechs
O sucesso do Pix no Brasil ganhou uma nova dimensão. Além de ser uma ferramenta essencial para milhões de pessoas, o Índice de Qualidade do Serviço (IQS) do Banco Central se transformou em um indicador crucial para o mercado, influenciando diretamente o valor de mercado (valuation) de fintechs e a tomada de decisões de investimento. Embora ainda pouco conhecido pelo grande público, o IQS é agora uma métrica de peso para fundos de Venture Capital (VC) e empresas que buscam parceiros comerciais, servindo como um termômetro da eficiência e confiabilidade das instituições financeiras e de pagamento.
De acordo com especialistas, o bom desempenho no ranking do BC, que mede a disponibilidade do sistema e a frequência de falhas, confere um diferencial competitivo significativo. Mariana Foresti, sócia do fundo Honey Island, confirma que o índice é usado para avaliar a qualidade tecnológica das startups e sua capacidade de cumprir acordos de nível de serviço (SLA) com clientes. Para ela, estar bem posicionado no IQS pode colocar uma empresa em um patamar de maior credibilidade. Por outro lado, um desempenho abaixo do esperado pode ser um sinal de alerta para investidores.
Critérios de Avaliação e o Impacto no Mercado
O IQS é composto por três indicadores principais, que oferecem uma visão abrangente sobre a performance das instituições participantes do Pix. O primeiro é o Índice de Reclamações (RDR), que considera a proporção de queixas e a taxa de resolução. O segundo é o Índice de Disponibilidade, que mede o tempo em que os sistemas estão operacionais, com uma meta de 99,9% estabelecida pelo Banco Central. O terceiro, e um dos mais sensíveis para a experiência do usuário, é o Índice de Timeout, que registra a frequência de falhas e o tempo de resposta nas transações.
Embora o IQS não tenha caráter punitivo, sua visibilidade tem incentivado as instituições a aprimorar seus serviços. Para fintechs, a nota do IQS não é apenas um dado técnico, mas uma ferramenta de marketing e credibilidade, como demonstrou a Celcoin ao usar sua boa pontuação em uma campanha recente. No último ranking, de junho, 183 Instituições de Pagamento e Sociedades de Crédito Direto foram avaliadas, e apenas 25 não atingiram a meta de disponibilidade. Já em relação ao timeout, 39 tiraram nota D e 11, nota E, indicando um desempenho abaixo do ideal.
“O Índice de Qualidade do Serviço do Pix é realmente relevante na hora de contratar um fornecedor ou alguma instituição. É um bom panorama para você entender como está aquela instituição.”
A iniciativa do Banco Central em divulgar o IQS mensalmente até o dia 20 de cada mês promove transparência e empodera o consumidor, que passa a ter informações mais claras para escolher a melhor instituição. Além disso, o sucesso do IQS serve como um modelo para outros sistemas, com planos de criar algo semelhante para o Open Finance. A ascensão do IQS a um critério de avaliação tão importante mostra a maturidade do Pix e seu papel central no ecossistema financeiro brasileiro, onde a qualidade técnica se traduz diretamente em valor de mercado e confiança do consumidor.
Da redação com informações de Finsiders Brasil
Redação do Movimento PB [GME-GOO-12082025-0741-25F]