Economia

Inflação força 58% dos brasileiros a cortar alimentos

Pesquisa Datafolha mostra que 58% dos brasileiros reduziram compras de alimentos devido à inflação; 54% culpam governo Lula por alta nos preços.

A escalada da inflação tem pressionado o orçamento das famílias brasileiras, levando 58% da população a reduzir a compra de alimentos, segundo levantamento do Datafolha realizado entre 1º e 3 de abril de 2025. Entre os mais pobres, com renda de até dois salários mínimos, o índice sobe para 67%, revelando o impacto desigual da alta dos preços.

Mudanças drásticas no consumo

Para driblar o custo de vida, 61% dos entrevistados diminuíram idas a restaurantes, enquanto 50% trocaram marcas de café por opções mais baratas. Além disso, 49% cortaram o consumo da bebida. A pesquisa, que ouviu 3 mil pessoas em 172 municípios, também apontou que 50% reduziram o uso de água, luz e gás, e 47% buscaram fontes extras de renda. Medidas extremas, como deixar de comprar medicamentos (36%) ou atrasar contas (32%), foram relatadas.

Escassez alimentar preocupa

A falta de alimentos atinge um quarto dos brasileiros, que afirmam ter menos comida do que o necessário em casa. Outros 60% disseram ter o suficiente, e apenas 13% relataram sobra. Esses números, semelhantes aos de março de 2023, evidenciam a persistência da insegurança alimentar no país.

Governo Lula no centro das críticas

A percepção de que o governo federal é responsável pela alta dos preços predomina: 54% dos entrevistados atribuem grande responsabilidade ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto 29% apontam culpa parcial. Apenas 14% isentam o Planalto. Entre os eleitores de Lula, 72% reconhecem alguma responsabilidade da gestão, embora a aprovação tenha subido de 24% para 29% desde dezembro. A reprovação, porém, segue alta, em 38%.

Alimentos disparam, diz IBGE

Dados do IBGE confirmam a pressão inflacionária. Em março de 2025, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 0,56%, acumulando 5,48% em 12 meses. O grupo de alimentos e bebidas registrou alta de 1,17%, com destaque para tomate (22,55%), ovo de galinha (13,13%) e café moído (8,14%). Nos últimos 12 meses, esses itens acumularam aumentos de 0,13%, 19,52% e 77,78%, respectivamente. Fatores como calor extremo, gripe aviária nos EUA e problemas na safra de café explicam a disparada.

Outros culpados e percepções regionais

Além do governo, crises climáticas, conflitos internacionais e produtores rurais foram citados como responsáveis. Entre os mais pobres, 55% culpam o Planalto e 54% os produtores. Já nas faixas de renda mais alta, esses percentuais caem para 41% e 36%. Eleitores de governadores como Romeu Zema (MG) e Tarcísio de Freitas (SP) são mais críticos, com 78% e 77% apontando o governo federal. Lulistas, por sua vez, atribuem a culpa a produtores (57%) e conflitos globais (55%).

Piora na percepção econômica

A visão sobre a economia se deteriorou: 55% dos brasileiros acreditam que a situação piorou, contra 45% em dezembro. Pela primeira vez no terceiro mandato de Lula, a maioria percebe um cenário econômico desfavorável, o que pode impactar a popularidade do governo. Medidas como isenção de impostos sobre importação de alimentos ainda não surtiram efeito, mantendo os preços elevados nos supermercados.

Com informações de Oeste


Descubra mais sobre Movimento PB

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.