Irã Considera Fechar Estreito de Ormuz Após Ataques dos EUA, Diz Parlamentar
O Parlamento iraniano aprovou, em 22 de junho de 2025, uma proposta para fechar o Estreito de Ormuz, em resposta aos ataques dos Estados Unidos contra instalações nucleares do Irã, informou a Press TV. Esmaeil Kowsari, membro da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa, afirmou que a decisão visa reagir à “agressão americana” e ao silêncio da comunidade internacional. Contudo, a medida ainda depende da aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã. O estreito, por onde passa 20% do petróleo mundial, é um ponto estratégico para o comércio global de energia.
Contexto da Decisão
Os EUA realizaram, na noite de 21 de junho, a operação “Midnight Hammer”, bombardeando as instalações nucleares de Fordow, Natanz e Isfahan, com o objetivo de neutralizar o programa nuclear iraniano. O presidente Donald Trump anunciou o ataque como um “sucesso”, alegando que as instalações foram “obliteradas”. O Irã nega danos significativos e acusa os EUA de violar o direito internacional. Kowsari destacou que a proposta de fechar o Estreito de Ormuz reflete o consenso parlamentar, mas a decisão final cabe ao Conselho Supremo, liderado pelo aiatolá Ali Khamenei.
Importância do Estreito de Ormuz
Localizado entre o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã, o Estreito de Ormuz é a principal rota marítima para exportações de petróleo de países como Irã, Arábia Saudita, Iraque, Kuwait e Emirados Árabes Unidos. Cerca de 17 a 18 milhões de barris de petróleo por dia, equivalente a 20% da oferta global, passam pelo estreito, segundo a Administração de Informação de Energia dos EUA. O local também é crucial para o transporte de gás natural liquefeito (GNL), especialmente do Qatar. Qualquer bloqueio poderia disparar os preços do petróleo em até 80% na primeira semana, conforme estimativas citadas pela Press TV.
Riscos Econômicos Globais
Especialistas alertam que o fechamento do estreito paralisaria a economia mundial. Multinacionais poderiam interromper operações em dias devido à falta de energia, e países dependentes de petróleo, como Índia e China, enfrentariam altas nos custos de transporte. A The Hindu relatou que um bloqueio elevaria os custos de frete em 40-50% e aumentaria o tempo de navegação em 15-20 dias. No Brasil, que importa cerca de 10% de seu petróleo, os preços de combustíveis poderiam subir, impactando setores como transporte e agricultura.
Perspectivas e Tensões
O Irã já ameaçou fechar o estreito em conflitos anteriores, como em 2019, quando realizou interferências em GPS para atrapalhar a navegação, segundo o Instituto para o Estudo da Guerra. A Marinha iraniana possui minas navais e drones kamikaze, capazes de bloquear a passagem, mas a presença de bases americanas na região, como no Bahrein, pode desencadear uma resposta militar. Parlamentares iranianos, como Ali Yazdikhah, indicaram que o fechamento seria uma retaliação apenas se os interesses vitais do Irã fossem ameaçados, mas a escalada atual eleva o risco.
Reações Internacionais
A proposta gerou alarme global. O secretário-geral da ONU pediu moderação, enquanto China e Rússia condenaram os ataques americanos. O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, criticou a intervenção militar, defendendo uma solução diplomática. Posts no X, como os de @TehranTimes79, refletem o apoio de setores iranianos à medida, enquanto @GoldTelegraph_ destacou o impacto econômico potencial. A decisão final do Irã será crucial para determinar o rumo do conflito e suas consequências globais.
Fontes: Press TV, The Hindu, Reuters, Newsweek, The Times of Israel, CNN, posts no X.