Marcas Chinesas Vão Dominar o Mundo, e as Tradicionais Vão Desaparecer, Alerta Ex-CEO da Volvo
Para Håkan Samuelsson, que comandou a Volvo sob controle da chinesa Geely, apenas ‘duas ou três’ marcas da China terão o mesmo peso das gigantes históricas, como Ford e Volkswagen.
Em um alerta contundente para a indústria automotiva global, o ex-CEO da Volvo, Håkan Samuelsson, previu um futuro dominado por montadoras chinesas, no qual muitas marcas tradicionais simplesmente deixarão de existir. Com a autoridade de quem comandou uma marca europeia sob o controle da chinesa Geely, Samuelsson afirmou em entrevista à Bloomberg que “em breve, duas ou três marcas chinesas terão o mesmo peso global que Ford, GM, Toyota e Volkswagen tiveram no passado”.
Para o executivo de 74 anos, não haverá espaço para todos no novo cenário. “Quem não se adaptar vai simplesmente desaparecer”, sentenciou, prevendo uma reestruturação massiva no setor.
A Invasão Anunciada: O Excedente Chinês e o Alvo Europeu
A lógica de Samuelsson parte de um fato de mercado: com os mercados europeu e norte-americano estagnados, a China é o único palco com chance real de crescimento. No entanto, a competição interna no país asiático atingiu um nível “insustentável”, com dezenas de marcas locais disputando o mesmo consumidor. A consequência direta disso será a necessidade de escoar a produção excedente para o resto do mundo.
O principal alvo, segundo ele, é a Europa, que “está prestes a ser invadida por carros chineses com preços agressivos”. O mercado europeu, mais receptivo a veículos elétricos e modelos compactos, é o terreno ideal para a ofensiva chinesa. Os Estados Unidos, por outro lado, estão temporariamente protegidos por altas tarifas de importação e pela preferência local por SUVs e picapes a gasolina.
A Vantagem da Flexibilidade: O Caso da Volvo
Nesse cenário, a própria Volvo tenta se equilibrar. Apesar dos bons resultados com seus carros elétricos em 2024, a maior parte de suas vendas ainda se concentra na Europa, justamente o campo de batalha mais acirrado. A grande vantagem da marca, segundo Samuelsson, é o apoio de sua proprietária, a Geely.
Essa parceria confere à Volvo uma flexibilidade que outras marcas podem não ter: ela não precisa apostar todas as suas fichas apenas nos veículos 100% elétricos, podendo continuar a investir em híbridos e modelos plug-in. Essa estratégia diversificada pode ser crucial para sobreviver ao turbulento período de transição energética e de mercado.
O Fim de uma Era
A visão de Håkan Samuelsson é um diagnóstico duro sobre uma mudança de poder sísmica na economia global. Ele deixa claro que a era de domínio das gigantes automotivas tradicionais está chegando ao fim. Para o ex-CEO, o futuro será ditado pela capacidade das marcas em entender e se integrar ao novo ecossistema automotivo, que será moldado majoritariamente pela China. A mensagem final é um ultimato: a reinvenção para se adaptar a essa nova realidade não é mais uma opção, mas a única condição para a sobrevivência.
Da redação com informações do portal Notícias Automotivas
Redação do Movimento PB [NMG-OOG-11092025-H0I1J2-15P]
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