Mercado projeta inflação abaixo de 5% em 2025 pela primeira vez no ano
Pela primeira vez desde janeiro, analistas do mercado financeiro reduziram a expectativa de inflação para 2025 para abaixo de 5%, conforme revela o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (18/08) pelo Banco Central. A pesquisa com mais de 100 instituições financeiras aponta projeção de 4,95% – ainda acima do teto da meta de 4,5%, mas representando alívio significativo para a economia brasileira.
“O aumento de tarifas imposto por Trump sobre produtos brasileiros contribui para esse movimento, já que tende a conter a atividade e gerar impacto baixista na inflação”, analisam especialistas.
Contexto macroeconômico e influências externas
A queda nas expectativas inflacionárias ocorre em um cenário paradoxal: as tarifas comerciais implementadas pelo governo Trump, embora potencialmente negativas para o crescimento, exercem efeito deflacionário ao reduzir a atividade econômica. Este movimento ocorre sob o novo sistema de meta contínua, que desde 2025 tem como objetivo central manter a inflação em 3%, considerando-a dentro da meta entre 1,5% e 4,5%.
Projeções de médio e longo prazo
O relatório mostra trajetória descendente consistente para os próximos anos:
- 2026: leve recuo de 4,41% para 4,40%
- 2027: manutenção em 4%
- 2028: estabilidade em 3,80%
Outros indicadores macroeconômicos
As projeções para o crescimento do PIB permaneceram estáveis em 2,21% para 2025 e 1,87% para 2026. A taxa básica de juros (Selic) manteve-se inalterada nas expectativas do mercado: 15% ao ano no fechamento de 2025, 12,50% em 2026 e 10,50% em 2027. O câmbio também se manteve estável, com projeção de R$ 5,60 por dólar no final de 2025 e R$ 5,70 em 2026.
Implicações para o Nordeste brasileiro
Para a região Nordeste, a desaceleração inflacionária representa potencial alívio para famílias de baixa renda, particularmente sensíveis a variações de preços de alimentos e utilities. Na Paraíba, onde o poder aquisitivo médio é inferior à média nacional, a redução da inflação pode liberar recursos para consumo essencial e pequenos investimentos, funcionando como catalisador indireto da atividade econômica regional.
Esta revisão das expectativas inflacionárias sugere que o ciclo de aperto monetário pode estar próximo de seu limite máximo de efetividade, abrindo espaço para discussões sobre eventual flexibilização da política monetária em 2026. O desafio do Banco Central permanece equilibrar o controle inflacionário com a necessária aceleração do crescimento econômico, especialmente em regiões historicamente negligenciadas pelo desenvolvimento nacional.
Da redação com informações do Banco Central [DEE-EES-18082025-1430-4OT]
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