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Previdência privada na Paraíba avança 17% e atinge R$ 830 milhões em 2025

Previdência privada na Paraíba avança 17% e atinge R$ 830 milhões em 2025

O mercado de previdência privada na Paraíba registrou um crescimento expressivo em 2025, alcançando um saldo de R$ 829,7 milhões nos planos do tipo VGBL até julho, um avanço de 17,2% em relação ao mesmo período de 2023, conforme dados da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). Esse desempenho acompanha a tendência nacional de maior adesão a investimentos de longo prazo, impulsionada pela conscientização sobre a limitação da aposentadoria pública e pela busca por planejamento patrimonial em meio à volatilidade econômica, refletindo uma maturação no perfil financeiro dos paraibanos de classes A e B.

Fatores impulsionadores e contexto nacional

Especialistas atribuem o crescimento regional a uma combinação de elementos: o aumento da expectativa de vida, que pressiona a necessidade de complementação à previdência social; benefícios fiscais em planos como o PGBL, que permitem deduções no Imposto de Renda; e a diversificação de opções de investimento, com fundos que misturam renda fixa e variável para mitigar riscos. No Brasil, o setor de previdência privada aberta administra R$ 1,7 trilhão em patrimônio, equivalente a 13,7% do PIB, com captação líquida positiva de R$ 11,6 bilhões entre janeiro e julho de 2025, apesar de uma queda de 11,7% nos aportes (R$ 100,5 bilhões) e alta de 15,3% nos resgates (R$ 89 bilhões), segundo a Fenaprevi.

Essa dinâmica nacional, marcada por uma preferência crescente por estabilidade em tempos de juros em queda e inflação controlada, se reflete na Paraíba, onde o avanço de 17% supera a média do Nordeste (cerca de 12% em estados como Bahia e Pernambuco). A pesquisa Fenaprevi-Datafolha de 2025 revela que 7% da população adulta brasileira (11,2 milhões de pessoas) possui planos abertos, com maior adesão entre profissionais liberais e executivos, grupos que representam o público-alvo do Movimento PB.

Destaque para o Sicredi: crescimento acima da média

O desempenho do Sicredi ilustra essa tendência local. Entre julho de 2024 e julho de 2025, a carteira previdenciária da cooperativa na Paraíba expandiu 12,8%, atingindo R$ 261 milhões, superando a média nacional e contribuindo com cerca de 31% do saldo estadual. Erli Bandeira, Consultor de Negócios da Central Sicredi Nordeste, explica que essa expansão decorre da proximidade com associados e do atendimento consultivo, que educa sobre as vantagens de horizontes de longo prazo.

“A previdência privada não é só para aposentadoria; serve à sucessão patrimonial e à reserva para projetos pessoais, oferecendo estabilidade superior a outras modalidades”, afirma Bandeira. Ele destaca que, em regiões como a Paraíba, onde cooperativas atuam em municípios interioranos, o produto ganha tração entre famílias empresariais e profissionais autônomos, que buscam proteger herdeiros em cenários de instabilidade fiscal. Comparado ao crescimento nacional de 2,35% na arrecadação do primeiro trimestre (R$ 105,37 bilhões), o avanço do Sicredi reforça o potencial das instituições regionais em democratizar o acesso a investimentos sofisticados.

Implicações para a economia paraibana

Na Paraíba, esse boom na previdência privada sinaliza uma transição para uma economia mais planejada e resiliente, especialmente em um estado onde o PIB per capita é de R$ 28 mil (2024), abaixo da média nacional. O crescimento de 17% impulsiona setores correlatos, como consultoria financeira e gestão de ativos, gerando empregos qualificados em João Pessoa e Campina Grande. Dados da SUSEP indicam que o Nordeste como um todo captou R$ 15 bilhões em contribuições até julho, com a Paraíba posicionada como o terceiro maior avanço regional, atrás apenas do Maranhão (16,2%) e Pernambuco (9,5%).

Para famílias e empresas locais, os planos VGBL — que não tributam rendimentos no IR durante a acumulação — oferecem proteção contra inflação e volatilidade, alinhando-se a reformas fiscais recentes que incentivam poupança de longo prazo. Iniciativas como as da FAPESQ (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba) poderiam integrar educação financeira sobre previdência em programas de capacitação, ampliando a inclusão entre classes médias emergentes no Agreste e Sertão.

Desafios e perspectivas futuras

Apesar do otimismo, desafios persistem: o IOF sobre aportes acima de R$ 50 mil em VGBL, introduzido pelo Decreto 12.466/2025, pode elevar custos em até R$ 50 bilhões anuais para o setor, desestimulando aportes em um momento de juros baixos. No entanto, Bandeira projeta continuidade no crescimento paraibano, com meta de taxas consistentes acima de 10% ao ano, impulsionadas por digitalização de planos e parcerias com fintechs. “Em instabilidades econômicas, a previdência se consolida como âncora, reforçando seu papel na carteira diversificada”, conclui.

O avanço de 17% na Paraíba não é isolado, mas parte de uma narrativa maior de empoderamento financeiro regional, onde investimentos de longo prazo fomentam estabilidade geracional. Para o Nordeste, isso significa maior autonomia patrimonial, reduzindo dependência de transferências federais e pavimentando um futuro mais equânime, com famílias paraibanas liderando o planejamento em um Brasil em transformação.


“Há uma procura consistente por esse tipo de aplicação, principalmente entre pessoas que desejam estruturar o futuro de forma organizada e proteger patrimônio para herdeiros”, afirma Erli Bandeira, Consultor de Negócios da Central Sicredi Nordeste.


Da redação com informações de Pauta Comunicação [GRK-XAI-01102025-1200-V1G]


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