As novas tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos, anunciadas em 3 de abril de 2025, já reverberam fortemente em Taiwan, atingindo gigantes como a TSMC e a Foxconn. Com uma sobretaxa de 32% sobre produtos taiwaneses, a medida provocou um tombo histórico na Bolsa de Taiwan, que despencou quase 10% em um único dia, marcando sua pior queda registrada.
Pressão sobre a indústria de semicondutores
A estratégia do governo americano visa recuperar a liderança global na produção de semicondutores, um setor dominado por Taiwan, especialmente pela TSMC, maior fabricante mundial de chips. A empresa, essencial para gigantes como Apple e Nvidia, enfrenta incertezas com os novos custos, que podem encarecer produtos eletrônicos nos EUA e afetar cadeias globais de fornecimento. A Foxconn, principal montadora de dispositivos como iPhones, também sente o impacto, já que grande parte de sua produção está sujeita às tarifas.
Relações comerciais sob tensão
A parceria entre EUA e Taiwan, historicamente marcada pela cooperação contra a influência chinesa, vive um momento delicado. Enquanto os americanos buscam fortalecer sua indústria tecnológica, as tarifas colocam Taiwan em uma posição desafiadora. Além dos 32% sobre produtos taiwaneses, outros países asiáticos enfrentam taxas ainda mais altas, como Vietnã (46%) e China (54%, somadas às tarifas anteriores).
Reação em Taiwan
O governo taiwanês tenta minimizar os danos. Medidas como incentivos para empresas e negociações com Washington estão em pauta, mas o mercado reflete o pessimismo. A queda abrupta da Bolsa de Taiwan evidencia temores de que as tarifas ameacem a competitividade de empresas cruciais para a economia local.
Perspectivas para o setor
O futuro da TSMC e da Foxconn dependerá de como ambas navegarão esse cenário. A TSMC já investe bilhões em fábricas nos EUA, mas a pressão por mais transferência de tecnologia preocupa Taiwan, que vê sua liderança em semicondutores como um pilar econômico e estratégico. Enquanto isso, a Foxconn avalia diversificar sua produção para outros países, mas os custos adicionais podem impactar seus clientes globais.
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Com informações de Sofia Bedeschi e Terra Economia