Trabalho Remoto Global Expõe Condições Precárias, Alerta Estudo

Relatório de Oxford revela que plataformas de trabalho remoto pagam pouco e negam direitos, cobrando regulação urgente no Brasil e no mundo.

Condições Alarmantes

Um estudo da Universidade de Oxford, divulgado em maio de 2025, expõe a precariedade do trabalho remoto em plataformas digitais. O Relatório Fairwork Cloudwork Ratings 2025 avaliou 16 plataformas, como Upwork e Fiverr, e entrevistou 750 trabalhadores em 100 países. A média de condições de trabalho foi 3,5 de 10, com Amazon Mechanical Turk, Freelancer e Microworkers zerando em critérios como salário justo e segurança.

Violações Trabalhistas

As plataformas classificam trabalhadores como autônomos, negando direitos como férias, 13º salário e descanso remunerado, comuns a empregados formais no Brasil. O procurador Rodrigo Castilho, do Ministério Público do Trabalho (MPT), destaca violações de jornada, remuneração de centavos por hora e falta de suporte para tarefas desgastantes, como moderar conteúdos violentos. No Brasil, o MPT recebe denúncias frequentes e monitora o setor via Projeto Plataformas Digitais.

Impactos no Brasil

O trabalho remoto em plataformas é a principal renda para 60% de seus trabalhadores, segundo o relatório, mas expõe vulnerabilidades. Um estudo do Ipea de 2023 mostra que 20,5 milhões de brasileiros poderiam atuar remotamente, mas a precarização é maior entre informais e trabalhadores negros, predominantes no Nordeste. A baixa fiscalização, devido à dispersão geográfica, agrava a situação, alerta o pesquisador Jonas Valente.

Exemplos Globais

Casos como o de uma peruana que precisou operar a retina após longas jornadas sem apoio ilustram os riscos. Plataformas falham em oferecer proteção social ou segurança, especialmente em tarefas repetitivas para bancos de dados de IA. Na Alemanha, leis exigem remoção rápida de conteúdos ilegais, sugerindo um modelo de regulação que o Brasil poderia adaptar, conforme especialistas.

Necessidade de Regulação

O Fairwork defende regulamentações nacionais e internacionais para proteger 400 milhões de trabalhadores do setor, segundo o Banco Mundial. No Brasil, o MPT cobra regras claras, enquanto o CGI.br discute regulação de plataformas digitais. Sem ações, “milhões seguirão em empregos digitais inseguros, sem voz ou direitos”, diz Valente. O debate pode influenciar políticas trabalhistas em 2026.

Com informações de Agência Brasil, O Dia, Ipea

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