Crescimento dos carros elétricos e expansão do trem de alta velocidade freiam demanda por petróleo na China em 2024

Este artigo foi atualizado pela redação em 29/04/2025, às 19:12

Vendas recordes de veículos elétricos e investimento em transporte sustentável reduzem em 400 mil barris/dia a demanda chinesa por petróleo.

A China, que historicamente impulsionou o crescimento global do consumo de petróleo, enfrenta em 2024 uma desaceleração significativa nessa demanda. A Agência Internacional de Energia (AIE) projeta um crescimento modesto de 1,1% no consumo, cerca de 180 mil barris por dia, número semelhante ao estimado pela Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA). Dados da Reuters indicam que o refino de diesel no país caiu até 13% em algumas refinarias, reflexo da desaceleração nos setores de logística e transporte.


Essa queda está associada principalmente à desaceleração econômica chinesa, com a construção civil e os investimentos em baixa, o que já provocou uma redução próxima a 10% no consumo de petróleo em 2023. No entanto, um fator crucial para essa mudança estrutural é o avanço acelerado das vendas de carros elétricos e híbridos plug-in, que, pela primeira vez, representam mais da metade dos veículos vendidos na China, definidos pelo país como carros de “nova energia”. Só em outubro de 2024, foram vendidos 1,43 milhão desses veículos, um recorde que supera em quase 50% o número do mesmo mês no ano anterior.

Imagem ilustrativa criada por inteligência artificial com prompt da redação


Além dos veículos elétricos, o investimento contínuo no trem de alta velocidade tem papel fundamental na redução da dependência do petróleo. O governo chinês prioriza essa tecnologia, que conecta vastas regiões do país e demonstra avanços tecnológicos, reduzindo custos de manutenção em 15% graças a trens mais leves e modernos. Em 2024, o número de passageiros cresceu 6,2%, chegando a 872 milhões, com planos de expandir a malha em mais 15 mil quilômetros até o final da década.

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A AIE destaca que esses dois fatores combinados – a explosão nas vendas de carros elétricos e o maior uso do trem de alta velocidade – deverão reduzir a demanda global por petróleo em 400 mil barris por dia ainda este ano. Embora o PIB da China tenha desacelerado para pouco mais de 4% em 2025, contra 6,7% antes da pandemia, a demanda por petróleo estagna com mais intensidade, indicando um desvio da tradicional correlação entre crescimento econômico e consumo de petróleo.


Enquanto o consumo de petróleo no setor de transporte diminui, a EIA prevê que o crescimento do consumo chinês até 2025 será puxado principalmente pela indústria petroquímica, não pelo transporte rodoviário. Essa mudança representa uma transformação profunda na matriz energética chinesa, com impactos significativos para o mercado global de petróleo, dado que a China responde por mais de 60% do crescimento mundial do consumo desde os anos 1970.

Texto adaptado de Xataka, Reuters e OC.Eco, revisado pela nossa redação.

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