Inteligência Artificial supera Medicina como curso mais concorrido da UFG

Transformação no ensino superior reflete mudança no mercado e na percepção dos estudantes sobre o futuro profissional

A Universidade Federal de Goiás (UFG) registrou um marco inédito no Sistema de Seleção Unificada (SISU) de 2025: pela primeira vez, o curso de Inteligência Artificial (IA) alcançou a maior nota de corte da instituição, ultrapassando Medicina, que historicamente ocupava o topo da lista. A Engenharia de Software ficou em segundo lugar, reforçando o protagonismo das áreas tecnológicas na formação universitária.

A crescente relevância da Inteligência Artificial no mercado de trabalho e sua influência em diversos setores podem explicar a ascensão desse curso. “Cada vez mais, o mercado busca profissionais altamente capacitados em IA para impulsionar inovação e competitividade”, afirmou Eliomar Araújo, diretor do Instituto de Informática da UFG. A mudança também reflete um fenômeno observado em outras universidades brasileiras, onde cursos voltados para tecnologia e ciência de dados vêm ganhando mais destaque entre os vestibulandos.

O impacto da IA no mercado de trabalho

A popularização de modelos avançados de IA, como os sistemas generativos e de automação, impulsionaram a busca por formação acadêmica nessa área. Empresas de diversos setores estão investindo pesadamente em soluções baseadas em IA, aumentando a demanda por profissionais qualificados.

Para Thiago Pedroso, estudante do curso de IA da UFG, a escolha foi estratégica. “Quando entrei, o curso não tinha essa notoriedade, mas eu já sabia que IA era o futuro. Agora, vemos que essa previsão se concretizou”, afirmou.

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A tendência é confirmada por Heloisy Pereira, ex-aluna da UFG e empreendedora na área de call centers automatizados. “Percebi um gargalo na interação entre IA e sociedade. Nosso desafio é fazer com que os benefícios dessa tecnologia sejam compreendidos e utilizados de forma eficiente”, explicou.

O futuro da educação e das carreiras

Especialistas apontam que a mudança de preferência dos estudantes reflete uma transição global na percepção sobre carreiras promissoras. Se antes cursos tradicionais como Medicina e Direito dominavam os rankings de concorrência, hoje a procura por profissões ligadas à tecnologia e à análise de dados ganha cada vez mais espaço.

A expectativa é que essa tendência continue nos próximos anos, com as universidades adaptando seus currículos para atender às novas exigências do mercado. A UFG, por exemplo, já investe em infraestrutura e corpo docente especializados para consolidar sua posição como referência no ensino de Inteligência Artificial no Brasil.

Com o avanço da tecnologia e a crescente integração da IA em setores essenciais, a formação acadêmica nessa área tende a se tornar cada vez mais valorizada. O fenômeno observado na UFG pode ser apenas o início de uma nova era para o ensino superior e para o futuro das carreiras profissionais no Brasil.

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